263 –Deve-se atribuir ao
judaísmo missão especial, em comparação com as demais idéias religiosas do
tempo antigo?
-Embora as elevadas
concepções religiosas que floresceram na Índia e no Egito e todos os grandes
ideais de conhecimento da divindade, que povoaram a antiga Ásia em todos os
tempos, deve-se reconhecer no judaísmo a grande missão da revelação do Deus
único.
Enquanto os cultos religiosos
se perdiam na divisão e na multiplicidade, somente o judaísmo foi bastante
forte na energia e na unidade para cultivar o monoteísmo e estabelecer as bases
da lei universalista, sob a luz da inspiração divina.
Por esse motivo, não obstante
os compromissos e os débitos penosos que parecem perpetuar os seus sofrimentos,
através das gerações e das pátrias humanas no doloroso curso dos séculos, o
povo de Israel deve merecer o respeito e o amor de todas as comunidades da
Terra, porque somente ele foi bastante grande e unido para guardar a idéia
verdadeira de Deus, através dos martírios da escravidão e do deserto.
264 –Como deve ser
considerada, no Espiritismo, a chamadas “Santíssima Trindade”, da teologia
católica?
Os textos primitivos da
organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada
“Santíssima Trindade”.
Devemos esclarecer, ainda,
que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos
ensinamentos de Jesus.
Por largos anos, antes da Boa
Nova, o bramanismo guardava a concepção de Deus, dividido em três princípios
essenciais, que os seus sacerdotes denominavam Brama, Vishnu e Çiva. (*).
Contudo, a Teologia, que se
organizavam sobre os antigos princípios do politeísmo romano, necessitava
apresentar um complexo de enunciados religiosos, de modo a confundir os
espíritos mais simples, mesmo porque sabemos que se a Igreja foi, a princípio,
depositária das tradições cristãs, não tardou muito que o sacerdócio eliminasse
as mais belas expressões do profetismo, inumando o Evangelho sob um acervo de
convenções religiosas e roubando às revelações primitivas a sua feição de
simplicidade e de amor.
Para esse desiderato, as
forças que vinham disputar o domínio do Estado, em face da invasão dos povos
considerados bárbaros, se apressaram, no poder, em transformar os ensinos de
Jesus em instrumento da política administrativa, adulterando os princípios
evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as
da Índia legendária, e organizando novidades teológicas, com as quais o
Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante
do Reino de Jesus, que na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem
ainda fundamentos divinos na face da Terra.
(*) –O Padre Alta, em O
Cristianismo do Cristo e o de seus vigários, nos diz que a fórmula do catecismo
– 3-Pessoas em Deus – era verdadeira em latim, onde o vocábulo persona
significa forma, aspecto, aparência. É falsa, porém, em francês ou em
português, com acepção de indivíduo. –Nota da Editora.
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