O NATAL E AS CESTAS BÁSICAS
“Mais bem-aventurado é dar
que receber.” – Atos, cap. 20 – v. 35.
Há quem diga que uma cesta
básica doada a uma família carente, por ocasião do Natal, não vale nada.
Algum outro diz que, em
verdade, a sociedade carece é de promover a inclusão social dos que vivem
marginalizados, como se não fosse ela mesma – inclusive, quem assim opina – que
não os marginalizasse.
E, até com certa veemência,
há quem combata a prática da caridade, argumentando que a caridade, mais que o estômago
faminto, alimenta a ociosidade no espírito.
Certa vez, ao que fiquei
sabendo, certa Secretária do Trabalho e da Ação Social, da Prefeitura de
Uberaba, chegou a lançar sobre Chico Xavier a culpa pelo número de necessitados
que a cidade possuía, que, então, sentiam-se atraídos para ele pela reconhecida
generosidade do Médium.
Deixando, porém, tais
questiúnculas de lado, notadamente a de nossa irmã Secretária, que já
desencarnou, digo a vocês que o valor de singela cesta básica ultrapassa, em
muito, o custo monetário do pequeno farnel, que, habitualmente, às vésperas do
Natal, os espíritas costumam distribuir.
Realmente, uma cesta básica,
para uma família faminta, de quatro a cinco pessoas, não chega a dar para dez
dias de consumo, porquanto esses nossos irmãos, com a fome de ontem, querem
comer hoje pelo dia de amanhã, no qual o pão lhes parece incerto.
Em determinada oportunidade,
Chico, sendo questionado por um amigo a respeito da nota de um cruzeiro, que, à
época, ele distribuía, à sombra de frondoso abacateiro, respondeu:
- Um cruzeiro não é nada, mas
representa uma alegria... Em médio e em longo prazo, não resolve o problema de
ninguém, mas, em curto prazo, pode dar esperança a quem esteja na expectativa
de solução para o seu problema...
Grande Chico Xavier, que,
além de ser dono de um coração generoso, possuía uma sabedoria incomum!
Eu gostaria apenas de dizer a
vocês, principalmente aos “adversários” da cesta básica aos mais carentes, que,
se ela não fosse fazer tanta diferença assim para quem a recebe, os seus
beneficiários, sendo ainda outubro, não andariam já perguntando pela sua
entrega daqui a dois meses...
E mais: não se disporiam na
exata véspera de sua distribuição, como todo ano acontece, a dormirem ao
relento, expondo-se às intempéries da noite, quase sempre tomando essa ou
aquela chuva que costuma cair em Dezembro!...
Para quem não tem problema
com o pão de cada dia e, por mais modesta seja, com a ceia de Natal, uma cesta
básica, constituída de poucos itens, pode não ter qualquer significado, mas
para quem necessita que lhe sobre um dinheirinho para comprar os remédios que
toma ou um par de chinelos novos, faz uma diferença danada.
Por tal motivo, vocês me
desculpem se, neste pequeno arrazoado, eu mandar plantar batatas os que, a fim
de justificarem o seu egoísmo, vivem criticando a solidariedade alheia.
Que eles se fartem em suas
mesas, sem que a consciência lhes pese um tiquinho não é problema meu – que
comam, pois, e bebam à vontade, aumentando o seu colesterol e a sua glicose,
que assim, a breve tempo, haverão de convocá-los para um confronto com a dura
realidade do mausoléu.
Quanto a você, meu caro
internauta, procure pegar as possíveis moedas que andam esquecidas dentro de
seu “porquinho”, ou largadas, para coleção, em uma gaveta, e vá até o
supermercado mais próximo, adquira uma cesta básica e faça com que ela chegue
às mãos de quem realmente esteja mais necessitando.
Tenho absoluta certeza de
que, agindo assim, você, investindo numa simples cesta básica, estará fincando,
em nome de Jesus Cristo, um outdoor particular fazendo a propaganda de um Mundo
Melhor.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 24 de outubro
de 2016.
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