Questão 368 do Livro dos
Espíritos
UNIÃO COM O CORPO
Após a união com o corpo, o
Espírito sente enfraquecidas suas faculdades mais nobres, principalmente quando
os órgãos não correspondem às suas necessidades de exercitá-las no cômputo das
suas obrigações.
Eis porque a variedade de
dons é enorme. Os homens ignoram os valores que possuem no coração, que devem
ser despertados paulatinamente pela força do tempo, em conjunção ao progresso.
Cada corpo com o qual o Espírito se reveste é certo entrave para a alma, mas, é
nessas prisões necessárias que ela desenvolve suas faculdades espirituais. As
vestes dos Espíritos são muitas e elas igualmente despertam seus valores,
porque nada fica inerte na criação de Deus. Tudo cresce para frente e para o
alto.
É lógico que o Espírito livre
do fardo físico se encontra mais desembaraçado, de modo que sua inteligência
expande com seus recursos espirituais, e o corpo filtra esse impulso divino
para que haja esforço mais intenso no desabrochamento dos dons espirituais. O
homem ainda é ignorante acerca das funções dos variados corpos que o Espírito
possui. O “vós sois deuses” é motivo de esperança para todos nós. Estamos
sempre alcançando mais além, e com a certeza de alcançar mais , até o infinito.
O Espírito é comandante da
organização fisiológica, quando encarnado, no entanto, é submetido aos diversos
impedimentos, como o homem dentro de um escafandro no seio das águas, cheias de
perigos e, por vezes, agitadas. É como querer ter a mesma liberdade de correr
na floresta como na campina.
O ar é leve e pode se
movimentar nele com agilidade, mas, no lodaçal as dificuldades são bem maiores.
Assim é o corpo de carne. Não
podemos esquecer que, em raros casos, há Espíritos que dominam mais as
dificuldades da matéria e expressam com mais liberdade o que são. O primeiro
sinal é o seu esforço gigantesco no sentido de libertar-se e o outro é a
assistência dos Espíritos superiores, usando as suas faculdades para tal
desempenho.
A matéria é sempre um
empecilho para a alma, mas, a essas dificuldades somam muitas oportunidades
para que o trabalhador avance lutando para vencê-las. Não se pode esquecer os
grandes vultos da humanidade; eles usaram muitos meios para se libertarem da
opressão da matéria a fim de manifestarem, mesmo dentro dela, suas qualidades
espirituais, servindo de exemplos para que outros de menor expressão copiassem
seus valores. É para que devemos nos esforçar onde quer que estejamos: observar
os valores morais dos que os possuem, e os meios de adquiri-los, lutando para
essa libertação na conjuntura da nossa intimidade. O preço certamente é alto,
mas, devemos pagá-los sem reclamar: as rejeições que devem surgir nos caminhos.
Desde quando se encontra
reencarnado, o homem deve assumir o que vier ao seu encontro, visto que tem em
Deus a suprema justiça, e nada se encontra fora do lugar. São lições para o seu
próprio bem.
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