Compartilhar o meu pensamento
nesta tarde eufórica de eleições municipais representa para mim um só objetivo:
clarear as mentes para o seu futuro.
Neste instante em que milhões
de brasileiros foram as urnas para votar em seu prefeito e os vereadores municipais,
fico a imaginar o que seria se a democracia brasileira se mantivesse viva assim
todos os dias. Que bela festa seria!
O que vejo, porém, é coisa
distante disto. Maioria da população brasileira elege os seus representantes e
os esquece. Parece até que nada tem a ver com a sua realidade cotidiana. Ora,
não são exatamente os vereadores aqueles políticos mais pertos do eleitor? Não
é o prefeito o executivo mais próximo do cidadão? Pois então, por que não fazer
da experiência democrática de um dia uma prática costumeira para todos os dias?
Creio que a democracia passa
por séria crise de identidade. De um lado, os eleitores estão inconformados com
a realidade que aí está e não se enxerga como representado por quem quer que
seja. De outra parte, os políticos eleitos, em sua grande maioria, viram as
costas para o interesse popular e abraçam unicamente as causas que lhe aprovem.
Então, o que acontece¿ Completa dicotomia de interesses e assim se toca com a
barriga aquilo que chamamos de representação democrática.
Quando se vê em pesquisas
constantes a vontade popular de não votar em qualquer candidato deveria ser
motivo de grande preocupação, mas não, deixa-se assim mesmo e as prometidas
reformas políticas passam apenas como peça de retórica nos momentos de crise.
Desse jeito, desse abismo
incomensurável que se aumenta todos os dias, um dia, inevitavelmente, haverá
uma ruptura institucional, quem sabe uma revolução popular exigindo as mudanças
que dificilmente sairão do papel pela caneta e vontade dos políticos no poder.
Um ensaio desta insatisfação
popular já se viu anos atrás. Um alarido de mudanças profundas já foi
solicitado em praça pública, mas passa como ignorado pela classe política
nacional. Poucos enxergam esta crise como grave e aumentam a sua voz para lembrar-se
dela.
O que alerto para o futuro
político do Brasil é que fatalmente teremos o povo em breve novamente às ruas
pedindo modificações profundas na legislação, uma nova pauta de discussões e
que ele seja levado a sério. Quem sabe uma nova constituinte e, dentro dela,
uma profunda alteração do status quo representativo?
Estas mudanças virão, virão
sim, e o mais rápido possível. De um jeito ou de outro, mas chegarão.
Os políticos tradicionais não
podem mais fingir que não escutam o clamor das ruas e das urnas.
Os políticos conservadores
não poderão alegar que não foram avisados.
Um novo estado de coisas
surgirá e que virá para ficar. Mais robusto, mais consistente, menos
demagógico, menos impopular.
Avancemos para as mudanças
desejadas pelo melhor de nosso Brasil.
Um abraço,
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
Nenhum comentário:
Postar um comentário