Senhores,
O que dizer da República que
vemos a nossa frente?
Pobres são aqueles que
procuram a verdade e não encontram, pois estão envolvidos na miserabilidade
daqueles que se locupletam com a sua ignorância.
A verdade está aí à
disposição de todos, mas poucos podem acessá-la uma vez que tudo fazem, os
donos do poder, para ofuscá-la da massa.
Será realmente que o povo, a
grande massa, deseja sair das condições que aí está?
Esta pergunta pode parecer
piegas, absurda até, mas guarda uma profunda reflexão: por que até agora a
humanidade não prosperou como deveria?
De modo imediato poderia se
dizer que os donos do poder impingiram a massa viver na ignorância e, portanto,
não saberiam dos direitos que detinham e facilmente poderia ser manipulada.
Em parte, isto é
absolutamente verdade, mas não é suficiente para explicar os desmandos dos
políticos e também a preservação da pobreza e da miséria que eles se encontram.
Lógico, que ninguém deseja
viver na podridão da matéria, mas também é igualmente veraz acreditar que nem
todos, ou uma parte considerável, deseja realmente sair da dependência
governamental.
Tirando estes, os lerdos
sociais, há uma fatia considerável que busca fazer justiça social de verdade.
Querem políticos sérios, determinados no bem coletivo, ponderados nas suas
decisões, eficaz na condução dos destinos públicos.
Ninguém, em sã consciência,
deseja sofrer, manter-se alijado dos bens mínimos que outros alcançam, mas tudo
isso se faz com luta, com participação política ativa, dando voz naquilo que
for chamado – e onde não for também. O céu não cai ao nosso colo, somos nós que
nos erguemos até ele.
Ora, como poderemos ter uma
Terra melhor se não for construída com as nossas próprias mãos?
Os políticos “fajutos”, que
infelizmente representam a boa maioria deles, vão continuar no seu jogo sujo e
manipulativo e cabe, portanto, a população eleger políticos mais sérios e
comprometidos com o bem geral.
A escolha democrática, no
entanto, prediz que será feito isso num permanente mecanismo de tentativa e
erro. Um dia, se apuramos gradativamente o nível dos que elegemos, teremos
políticos mais saudáveis, mais comprometidos com o bem maior. Será assim,
inevitavelmente.
A contracorrente do bem, “os
abnegados trabalhadores das trevas”, busca a todo custo ludibriar a mente
coletiva com argumentos frágeis, mas aparentemente consistentes. Cabe a cada um
se policiar para não entrar na armadilha de lobos que é cada vez mais constante
no atual período que a Terra vive.
Ademais, sabemos todos nós,
que a astúcia dos políticos profissionais é tamanha. Os discursos fáceis e
envolventes, a postura aparentemente retilínea de valores engana bastante.
Muitos deles incorporam tão
bem o perfil de homens íntegros que até eles mesmos acreditam que o são com
tamanha veemência.
É assim mesmo, mas tudo vai
mudar, aliás, já está mudando.
O nosso País passa por um
processo gradual de transformação moral e política. Os santos e pecadores serão
separados nesta colheita do bem.
Isto também não quer dizer
que depois desta decantação moral viveremos na plenitude do bem público. Nada
disso. O que se processa nos dias de hoje é a busca de valores nobres e que
eles prevaleçam nas relações humanas.
Como todos sabem isto tudo
não ocorre do dia para a noite. Há sempre escuridão quando nos inclinamos para
o caminho da luz. Às vezes pensamos que a madrugada sempre durará, mas eis que
percebemos, lá do infinito, os primeiros raios do novo alvorecer.
Aguardem, senhores, que
tempos melhores virão, não sem muita luta e determinação. Não sem muita fé e
esperança. Não sem muitas dores e violência. Mas o novo dia, como os primeiros
raios da manhã, haverá de chegar para o nosso País e para a humanidade
terrestre.
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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