Estado de Alerta
Acompanho as mudanças
climáticas. Observo tudo com muito cuidado no lado de cá da vida. Pensa que por
não estar mais entre vocês que não ficamos a par do que se passa no mundo? Coisa
nenhuma, pelo contrário, ficamos mais interessados de notícias para não ficarmos
para trás. É um pé aqui e um pé aí.
Minha preocupação tem
sentido, explico. Os fenômenos climáticos estão, de certa forma, imprevisíveis.
Quando chove, chove demais. Quando faz calor, faz calor
demais.
Há terremotos por toda a
parte. Há tornados cada vez mais frequentes. Há instabilidade climática com
reflexos nas demais atividades da natureza e apenas se fica no campo da
perplexidade sem nada de agir.
O encontro internacional
que se faz sobre o clima da Terra é importante, mas parece-me que os governantes
não levam muito a sério as suas reflexões e decisões. O que importa ainda são os
lucros capitalistas e não as demandas climáticas e ambientais. Com isso, as
grandes empresas continuam a poluir mais e mais.
Até onde isso vai
dar?
Esta pergunta nós fazemos,
mas já temos uma resposta. O mundo vai entrar, num futuro não muito distante, em
estado de alerta.
O que ocorre de agressão à
natureza é impressionante. A irresponsabilidade com o meio ambiente chega ao
ponto de destruição maciça de reservas substanciais à sobrevivência planetária e
ninguém diz nada. Quando muito, uma nota aqui, um comentário ali, e tudo fica
como está.
Tenho a impressão que um
choque térmico de grandes proporções está a caminho. É apenas uma desconfiança,
não uma informação concreta. Um grande desajuste climático que provocará
simultaneamente no planeta grandes distorções aparentemente inexplicáveis, mas
compreensíveis diante dos desmandos que hoje se faz e que fica
impunemente.
A questão ambiental não
pode ser tratada como mais uma, a parte do contexto econômico e social que se
vive, ela deve fazer parte da pauta principal dos países, dos estados, das
instâncias locais.
Quando a natureza mostrar a
sua incapacidade de processamento é que os governos pararão para pensar
alternativas mais prolongadas e, consequentemente, mais
definitivas.
Uma seca localizada é
compreensível, mas o seu alastramento para diversas regiões é sinal de
alerta.
Uma tempestade específica é
normal, mas inundações permanentes em diversos pontos do globo são igualmente
preocupantes.
A temperatura do planeta
sobe, sobe de verdade, embora alguns teóricos defendam o contrário. Pois bem, o
que iremos fazer quando a Mãe-Terra der sinais de esgotamento e parecer
irreversível?
Alerto agora para que se
tomem decisões antecipadas e se tente diminuir os impactos da catástrofe que vem
à galope, pode demorar um pouco, mas vai chegar e aí não se terá muito o que
fazer senão chorar e enterrar seus mortos.
Paz,
Helder
Camara
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