22.6.15

Encíclica Verde

A natureza é bem de todos. Quem não entende desta forma está traindo a Criação. Se sou veemente nas minhas palavras é para lembrar que esta Casa que moramos, chamada Terra, é propriedade geral e que devemos, cada um, fazer a nossa parte para ela seja benéfica para todos.
Não podemos estragar a oportunidade de levar o melhor que temos para a nossa habitação maior. A Terra é preciosa, não deve ser invadida por lixo demasiadamente. Quando assim me expresso é porque chamo lixo a tudo quanto o homem produz e não pode mais aproveitar, porque há vida no lixo, então devemos, ao máximo, retirar das sobras o que pode ser aproveitado.
Esta reivindicação não é nova e as grandes empresas e os principais países do mundo já despertaram para a necessidade do cuidado global.
Quando vemos a publicação, nesta semana, da chamada “Encíclica Verde”, pelo nosso Papa Francisco, fico absolutamente feliz em ver a dedicação deste homem de Deus para que a Terra continue a ser um depositório de bondades e não de restos.
A Encíclica é completíssima. Teve a preocupação, o Santo Papa, de dar contornos globais e integrais àquela Carta.
Entendeu que o homem é o grande responsável pela vida na Terra, toda a vida, e não apenas a dele. Considerou que ele deve fazer de tudo para que a morada do Pai seja preservada em tudo.
Concebeu, também, aquilo que denominou de Ecologia Integral. Ora, tudo que está envolvido com a paz planetária, seu equilíbrio, sua harmonia, deve a nossa atenção. Portanto, vai além das expectativas ambientais, vai ao encontro, inclusive, da nossa espiritualidade.
O quanto é atual pensarmos que somos cidadãos do mundo e não apenas do nosso bairro que moramos, mas será nele, a começar da nossa própria casa e da nossa própria rua, que começaremos a exercitar o grande equilíbrio de tudo. Quando fazemos a nossa parte, onde residimos, estamos dando a nossa contribuição para o equilíbrio geral.
A Carta Verde especifica também uma ação maior pela ecologia e, para isso, neste apelo, propõe que haja um processo permanente de educação para a ecologia integral. Todos são responsáveis, mas todos devem estar conscientes de qual é o seu papel no grande equilíbrio das coisas.
Mas o Papa Francisco vai mais longe. Propõe que todos nós, independentemente do nosso credo religioso, seja um ativista ambiental. E não poderia ser diferente. O mundo pede socorro, o próprio homem de maneira destrutiva provocou danos ambientais, muitos deles, difíceis de reversão.
Ora, se não houver um engajamento geral não poderemos obter os resultados desejados. Que já esta geração possa fazer a sua parte para que as gerações vindouras continuem este trabalho de recuperação ambiental, pois se o homem sequer puder respirar como poderá ele viver?
A preocupação, portanto, com a sustentabilidade do planeta é dever de todos e deve estar no centro das preocupações em todos os níveis daqui por diante, que ela seja levada em consideração em todas as decisões, seja no nível individual, seja no nível global.
Lembra o Papa Francisco, magnamente, de que tudo isso já havia sido preconizado pelo Nosso Senhor Jesus Cristo que demonstrou sempre profunda intimidade com o meio ambiente, do qual por tanta amizade, poderia até produzir fenômenos na natureza.
Evoca a figura sempre presente nas questões ambientais da Igreja do nosso querido Francisco de Assis, do qual se inspira para denominar a sua Encíclica. 
“Louvado Sejas”, Francisco, na defesa desta bandeira que é de todos nós, mesmo aqueles que estão fora da vida física.
“Louvado Sejas”, Jesus, para que teus ensinamentos de preservação da Casa do Pai seja lembrando sempre por todos os teus irmãos de caminho.
“Louvado Sejas”, meu Pai, pela grandiosidade que colocasse em nossas mãos para que possamos cuidar com zelo e dedicação da nossa Mãe-Terra.
É tamanha a beleza de tua Criação, como é perfeito e belo tudo que fizeste e nos presenteaste.
Que possamos valorizar cada detalhe da tua Criação, Pai, e ao admirá-la dizer para nós mesmos: isto tem que existir para sempre.
“Louvado Sejas”, você, que já despertou para esta verdade plena e age, todos os dias, como irmão da natureza.
Paz em tudo,
Helder Camara
Acesse a Encíclica Verde  

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