Em nossas páginas deste Blog, ao longo do
tempo de sua existência, temos abordado diversos assuntos – alguns –
reconhecemos – até mesmo de natureza polêmica, procurando, sobretudo, provocar
os pensamentos.
Conforme temos dito à
saciedade, o Espiritismo, na revivescência do Cristianismo, é uma doutrina que,
gradativamente, vem avançando, e há de avançar sempre – no que pese a posição
excessivamente conservadora de certos confrades, que, talvez, tenham a função,
inconsciente para eles, de não consentir que o seu avanço aconteça tão rapidamente
que não permita, aos espíritos mais vagarosos, acompanhá-lo.
Hoje, no entanto,
queremos ressaltar a importância de o espírito, esteja ele encarnado ou não,
cultivar a bondade, em suas menores atitudes no cotidiano.
Chico Xavier, em
determinada oportunidade, considerou com a propriedade de sempre: “Quem sabe pode muito; quem ama pode mais.”
Agostinho, o célebre
Bispo de Hipona, um dos integrantes da Falange do Espírito Verdade, escreveu: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor;
se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se
perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa
senão o amor serão os teus frutos.”
A bondade é a expressão
mais imediata do amor, acessível, em seu exercício, a todo e qualquer espírito
que deseje começar a vivenciá-la em relação ao próximo.
Amar – pelo menos, digo
isto em relação a mim, um pobre coitado! – é muito difícil – sinceramente, de
minha parte, a não ser em Jesus Cristo, não sei a quem eu poderia apontar como
sendo indiscutível modelo de amor.
Perdoem-me caso,
porventura, vocês conheçam alguém que eu não conheça, e, sinceramente, gostaria
de conhecer pela sua capacidade de amar.
Conheço inúmeros
“saberetas” – dentro e fora do Espiritismo – muita gente de relativa culta,
erudição, que prima pela inteligência, que, às vezes, presume saber mais do que
realmente sabe. Creio que, no que tange a real sabedoria, Sócrates, o pai da
Filosofia, tenha feito quase tudo mundo se calar, quando afirmou: “Só sei que nada sei.”
Entretanto – voltando ao
assunto –, conheço muito pouca gente que notadamente se esforce no campo da
bondade humana – não da Bondade Divina! Da bondade humana – repito.
Treinar a virtude da bondade, ou tal qualidade,
na nossa impossibilidade atual de santidade, é algo que, de fato, deveria nos
preocupar – cotidianamente. E isto se nos faz perfeitamente possível através de
pequeninos gestos – mesmo porque de maiores gestos, talvez, não sejamos
capazes.
Importante que procuremos
reter conosco o conteúdo elucidativo de um livro, seja ele de ordem mediúnica
ou não. Mas, importante também que, de todas as suas páginas, pelo menos um de
seus parágrafos, ou uma de suas frases, nos inspire a sermos melhores do que
somos.
Neste sentido, surge a
CARIDADE – A ESCOLA DO CORAÇÃO!
Façamos a força que nos
seja possível, até em certo revolver de entranhas, para vencer a enorme
distância que nos separa de nossos semelhantes, pois ela ainda é muito maior do
que pensamos.
Para começarmos, além de
estendermos a moeda ao mendigo do semáforo, que, anonimamente, sempre nos
aborda, na primeira oportunidade, perguntemos a ele o seu nome – e, em vez de
fazermos mal juízo de sua condição de mendicante, tentemos nos penalizar de sua
situação de carência material, e, muitas vezes, moral.
Em “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” – para estimulá-los a procurar o texto – aliás, como eu mesmo fiz
– não vou dizer em qual capítulo –, há uma frase que ensina como os cristãos
podem ser identificados: “Reconhecê-los-eis
pelo perfume de caridade que espalham em torno de si.” Não sei
por que, tal sentença sempre me remete a Chico Xavier, e, até hoje, fico me
perguntando se o perfume que emanava ao seu redor pertencia mesmo a
Scheilla!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba, 21 de junho de
2015
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