29.5.13

Questão 209 do Livro dos Espíritos
    TROCA DE VALORES
    As leis têm variações incontáveis. O espírito, no mundo espiritual, já arrependido dos seus feitos incômodos, e que deseja reencarnar, quando permitido, deseja nascer de pais virtuosos, como sendo misericórdia para que se livre de enveredar outra vez nos caminhos de erro. Para tanto, os pais servir-lhe-ão de barbilho, não deixando seus impulsos do passado tomarem a dianteira das boas qualidades que ele deve assimilar no mundo familiar.
     Porém, nem sempre é permitida essa dádiva, para seu avanço espiritual acontece, muitas vezes, que a alma retorna à carne em um grupo formado por seus iguais, às vezes piores, para que ele manifeste sua força de vontade e alcance o objetivo que deseja realizar para a sua libertação. A variedade de situações não nos deixa traçar um roteiro em relação à igualdade de nascimentos. As normas são diversas, em toda manifestação dos espíritos que voltam à Terra para limparem seu passado, com os seus próprios esforços.
    Entretanto, acontece igualmente o contrário: pais totalmente ignorantes, viciados em contradições das leis naturais, podem receber filhos altamente iluminados, no sentido de testarem novamente suas qualidades e desempenharem uma missão importante junto à humanidade. Esses também pedem para renascer nesse ambiente, servindo de exemplos para tantos que estudam as reações dos homens bons junto aos perversos e confundindo, assim, os que se dizem sábios, querendo dizer que os filhos são os que os pais não deixaram de ser, generalizando esses fatos.
    Se o espírito não gera espíritos, eles são o que são, embora, a influência seja uma realidade. Para tanto, os espíritos que já atingiram certa compreensão se acautelam a todo momento, para não caírem em tentações, e saírem ilesos dos processos de afinidades de famílias.
    Uma família é sempre uma escola, onde todos aprendem as primeiras letras do amor. Esteja ela no nível que estiver, há sempre vigilantes da vida maior ajudando-a; inspirando-a para o aprendizado. Advertimos sempre a todos que as oportunidades são valiosas, da favela ao palácio, do ignorante ao letrado, que devem aproveitar o tempo que corre.
    Os meios de elevação hoje são grandes e a influência do bem é enorme; basta ter olhos para ver. A humanidade se encontra cansada das inconveniências. O Evangelho é o despertar da alma, é Jesus conosco nos dois planos da vida. Se temos alguma luz, não a coloquemos debaixo da mesa; ergamo-la para que todos a vejam, sem vaidade. O exemplo é que é a candeia em cima do alqueire.
    É preciso verificar o que já se fez pela família na qual se nasceu. Necessário se faz amar seus pais, irmãos e demais parentes, para que esse amor possa alcançar toda a humanidade. A situação sempre muda, e na troca de corpos somente levamos o celeiro das qualidades, para nos atormentar ou nos tornar livres.
    Se um espírito ainda voltado para o mal pediu, e foi concedido por Deus, nascer em nossa família, não desdenhemos essa oportunidade, nem amaldiçoemos essa alma em provação. Vejamos o que diz Paulo, na primeira Epístola aos Tessalonicenses, capítulo cinco, versículo dezoito: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." Se é a vontade de Deus, por que não aceitar? Se é muito bom para quem nasce, melhor para que o recebe como filho. Lembremo-nos do amanhã.
    A vida é uma troca incessante de valores. Qual o mérito que teríamos em receber somente espíritos de luz em nossos convívio? Vamos recebê-los porque o Senhor é sempre bom, porém, não recusemos os maus, porque no amanhã se tornarão bons, assim como os bons já laboraram em equívocos.
    Entreguemos nossa vida a Deus, para que a vida nos recompense com a paz de consciência, e lutemos ajudando, porque amar aos que nos amam é dever, mas amar aos que nos perseguem e caluniam é saber viver com Jesus no coração.
 
Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

Nenhum comentário:

Postar um comentário