PODEM ACHAR QUE É, MAS NÃO É!
Vocês acham que o Mundo Espiritual é um orbe em
que tudo esteja pronto e acabado?! Podem achar que é, mas não é! Aqui, aonde
sobrevivemos, e, provavelmente, aonde vocês irão sobreviver após a morte do
corpo, não é a beleza que se imagina, não! Esta beleza pode existir um pouco
mais para cima, mas por aqui, não!...
Assim como os nossos irmãos encarnados
se encontram lutando para construir uma Terra melhor, nós os desencarnados
estamos lutando para construir um Mundo Espiritual melhor.
É grande equívoco
pensar de outra maneira.
Do Abismo à Terra, e da Terra às Dimensões além, o
espírito prossegue trabalhando no aperfeiçoamento de si mesmo e da vida em
torno.
Mesmo em “Nosso Lar”, que já tivemos oportunidade de dizer que, em
relação às cidades existentes no mundo, se trata de uma cidade futurista, com
muitos problemas sociais quase equacionados, ainda há muito para ser feito.
A
Dimensão Espiritual onde, por assim dizer, tudo poreja perfeição, é desconhecida
por nós outros – para nós, por enquanto, trata-se de um sonho distante!
Por
agora, nem mesmo conseguimos que se concretizasse para nós a cidade que, em seu
“A República”, Platão idealizou – “Nosso Lar” tenta copiar-lhe a inspiração,
mas, se assim posso me expressar, não se trata de uma cidade
definitiva.
Portanto, não imaginem que, em desencarnando, vocês, sem mais nem
menos, venham parar numa comunidade que não auxiliaram a construir – a morte não
nos confere este prodígio, como, aliás, nenhum outro que possamos auferir sem
esforço legítimo.
Deixando o corpo carnal, a não serem aqueles que possam
transcender um pouco mais, vocês, logo passem por breve período de refazimento,
terão uma vassoura a esperá-los...
E não adianta reclamar. Não terão asas,
não volitarão, não exercerão a telepatia fácil, enfim, não verão nenhuma de suas
limitações superadas, desde que, efetivamente, não tenham sido superadas.
O
preguiçoso continuará preguiçoso, o manhoso, manhoso, e o malandro,
malandro...
Esta história de que a morte fará com que os injustos se sentem
no banco dos réus, é mais consolo para os injustiçados e alento para os que
porfiam na difícil conquista das virtudes, do que fenômeno real que se lhes
desencadeie de imediato.
Aqui, no Mundo Espiritual, a Justiça Divina, para se
efetivar aos culpados, ainda não dispensa a justiça dos homens desencarnados –
por isto que, deste Outro Lado, temos tribunais e cadeias para quantos a eles
façam jus!
Seria uma bênção para ele que o espírito de um criminoso, por
exemplo, ao deixar o corpo, se entregasse a uma espécie de arrependimento, que o
induzisse a imediata reparação de seus erros. Infelizmente, isto não acontece,
talvez, para a maioria, que continua vivendo à margem da lei.
Então, meus
caros, o Mundo Espiritual não é um conto de fadas... É um mundo habitado por
homens – alguns melhores, outros piores, e raros que, por seus méritos, se
destacam dos demais.
Quem tira uma camisa do corpo, a vira do avesso e coloca
no guarda-roupa, na ilusão de que esteja guardando uma camisa limpa, está
guardando uma camisa suada!
O Mundo Espiritual é assim: vocês vestirão a
camisa de seu lado avesso, ou o contrário, mas ela ainda estará impregnada
daquele cheirinho de suor que se verte na Terra!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de maio de
2013.
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