28.5.13


Meu Encontro com Chico Xavier

Conheci Chico Xavier do lado de cá da vida. Ouvia muito falar sobre este homem que me despertou a curiosidade.
Um dia, numa reunião num centro espírita que participei, lá pelas bandas de Uberaba, nas Minas Gerais, disseram, os mentores da casa, que haveria, naquela noite, uma visita especial. Fiquei na expectativa para ver quem era. Ora, não é que foi o Chico Xavier.
Meus irmãos, foi uma sensação de imenso bem-estar ao vê-lo. Ele, simples, pegou as minhas mãos como num gesto de querer beijá-las e eu o interrompi dizendo-lhe:
- Não, Chico, o que é isso, meu irmão, eu é que deveria beijar as suas.
- Não, de forma alguma, - respondeu. Sou um filho de Deus que ainda tenho muito o que consertar dentro de mim. Fico muito grato a Deus por lhe ver. Sou um admirador do seu trabalho na Terra.
- O que é isso, meu irmão, trabalhamos todos para um mesmo patrão que é Deus e temos o mesmo amigo que nos ajuda nesta jornada que é Jesus.
- Pois é, Helder Camara, eu sei disso, mas é esta minha mania, vez em quando, de respeito às pessoas superiores...
Foi gentil comigo o tempo todo. Uma graça de pessoa. Falamos como se já nos conhecêssemos há bastante tempo. Falou de sua experiência na Igreja Católica quando jovem em Pedro Leopoldo, nas Minas Gerais, antes de abraçar o Espiritismo. Falava tudo sem mágoa e até com bom humor.
Meus amigos da Terra, há algumas grandes emoções na vida física que senti ao encontrar espíritos memoráveis em missão ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Não somente aqueles que eram famosos, mas pessoas simples do povo, que sabia, num simples contato, da sua grandeza espiritual. E foi a mesma sensação com Chico Xavier.
Não fez ele qualquer alusão aos problemas que enfrentou com a Igreja, pelo contrário, elogiou todos os padres que passou pelo seu caminho, até um que lhe perseguiu no início de sua carreira mediúnica.
Abraçou a todos na casa espírita, onde foi muito festejada a sua presença, e foi embora do jeito que chegou, discretamente.
Meus irmãos da Terra, como foi interessante esta experiência, a experiência de encontrar um filho de Deus comprometido com a causa do bem. Chico Xavier, a quem o respeitei a distância, me encontrava e me tratava como velho amigo. É assim do lado de cá da vida, nada de barreiras. Os homens aí embaixo é que criam paredes entre as religiões, não entendem que todas proveem de Deus e que servem ao mesmo ideal: fazer os homens felizes e ajudarem a se encontrar com Ele.
Fico por aqui nesta manhã no desejo que minhas palavras alcancem a todos aqueles que fazem uma fortaleza na sua fé, intransponível para o acesso de outro irmão fora de sua crença. A eles, peço que orem a Deus para dar-lhes mais discernimento sobre a vida.
Em paz,
Helder Camara

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