17.5.13


A INCREDULIDADE E A REALIDADE DO ESPÍRITO
 
"Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer. "Oito dias depois estavam outra vez ali reunidos seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se em pé no meio deles e disse: Paz seja convosco. Em seguida disse a Tomé: chega aqui o teu dedo e olha as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram." (João, XX, 24-29. )
 
O amor de Jesus excede a todo o entendimento humano. Na sua abnegação e no desejo que mantinha de fazer crentes sinceros, não mediu as exigências do apóstolo Tomé, que disse só acreditaria na sua ressurreição ou sobrevivência se o visse e o examinasse.
 E Jesus, completamente materializado, torna-se visível e tangível ao seu discípulo, satisfazendo assim os imperiosos desejos que ele tinha de alicerçar sua fé sobre provas positivas. Ensinou mais o Mestre: que essa fé não era negada a quem quer que fosse, e aqueles que acreditavam sem ver já se achavam amadurecidos na crença, pois que já haviam observado fenômenos, não tendo mais necessidade de provas positivas; por isso mesmo eram bem-aventurados.
 Como se verifica, o modo de proceder de Jesus está em completo antagonismo com o dos sacerdotes das múltiplas igrejas esparsas pelo mundo.
 Enquanto estes exigem uma fé cega nos seus dogmas, Jesus procura demonstrar a verdade com fatos palpáveis.
 O Mestre não exige a escravidão da razão, o abastardamento do sentimento, antes respeita e proclama o livre-arbítrio de cada um, atributo este concedido à criatura para seu progresso moral, científico e religioso.
 Consentindo Jesus que o seu apóstolo o examinasse para poder crer na ressurreição, preveniu também a todos, por certa forma, que o Consolador, o Espírito da Verdade, que ele enviaria em nome do Pai, reproduziria a sua doutrina não só com palavras, mas com fatos da mesma natureza por ele produzidos. A religião não consiste só em palavras e fatos.
 "Assim como eu fiz, fazei vós também, disse o divino Mestre a seus discípulos, porque eu fiz para vos dar o exemplo."
 Em suas pregações dizia sempre Jesus aos que o seguiam: "Aquele que crê em mim, rios de água viva manarão de seu ventre", aludindo assim ao Espírito que deveria ser dado a todos que o seguissem.
 Sem comunicação não há Revelação, e sem Revelação o homem material, ignorante, orgulhoso, egoísta, não poderia ocupar-se com assuntos que se referem à sua vida espiritual; retardaria o seu progresso e sua felicidade.
 Assim como não pode haver fraternidade e paz sem religião, não pode também haver religião sem comunhão espiritual.
 
Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

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