– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
No capítulo III, de
“Libertação”, após descrever a materialização de Matilde, espírito domiciliado
em Dimensões de transcendência, André descreve o diálogo que travado entre ela
e Gúbio, que haveriam de se empenhar no resgate de Gregório.
Gregório, habitando uma
Dimensão Subcrostal, denominada “Trevas”, despencara de grande altura, pois
que, de Papa que houvera sido, segundo Matilde, passara a desempenhar “a
detestável função de grande sacerdote em mistérios ocultos”, e chefiava
“condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, cristalizados
no mal...”.
Matilde ainda afirma que, por
séculos, esperava pela renovação de Gregório.
Veja-se como, nas sendas da
evolução, os espíritos, em certas circunstâncias, podem se afastar uns dos
outros – alguns continuam “ganhando altura”, enquanto muitos se lançam a
profundos desfiladeiros...
Não obstante, os espíritos
que avançam prosseguem se sentindo no dever de estender as mãos àqueles da
retaguarda, qual a Divina Exemplificação do Senhor, que não hesitou em tomar
corpo na Terra para socorrer as desgarradas ovelhas de Seu rebanho.
*
Matilde, em conversa com
Gúbio, esclarece a respeito de Gregório: “Há cinquenta anos, porém, já consigo
aproximar-me dele, mentalmente. Recalcitrante e duro, a princípio, Gregório
agora experimenta algum tédio, o que constitui uma bênção nos corações infiéis
ao Senhor.”.
É da Lei Divina que os
espíritos, por mais empedernidos, se “cansem” do mal, porque contrário à sua
natureza... À espera desse “momento psicológico”, os Espíritos Benfeitores que
os espreitam à distância, agem com presteza. Em respeito ao seu livre arbítrio,
deixam-nos com as suas decisões e escolhas, mas, ao seu mais leve desejo de
renovação, eles se apresentam, e, então, organizam missões de resgate como as
que André Luiz descreve em “Libertação”.
*
Lindas e profundas estas
palavras de Matilde: “Irmão Gúbio, perdoa-me o pranto que não significa mágoa
ou esmorecimento... Na pauta do julgamento humano comum, meu filho espiritual
será talvez um monstro... Para mim, contudo, é a joia primorosa do coração
ansioso e enternecido. Penso nele qual se houvera perdido a pérola mais linda
num mar de lama e tremo de alegria ao considerar que vou reencontrá-lo... Não é
paixão doentia que vibra em minhas palavras. É o amor que o Senhor acendeu em
nós, desde o princípio. Estamos presos, diante de Deus, pelo magnetismo divino,
tanto quanto as estrelas que se imantam umas às outras, no império universal.”.
Não olvidemos, nas palavras
de Matilde, que até os “monstros” têm mães... Sim, o que seria de nós outros,
espíritos recalcitrantes no mal, sem o amor de nossas mães, que a tudo
renunciam para aconchegar-nos ao seu peito?!...
*
Gúbio, simplesmente responde:
“Nobre Matilde! estamos prontos. Dita ordens! Por mais que fizéssemos por tua
alegria, nosso esforço seria pobre e pequenino, diante dos sacrifícios em que
te empenhas por nós todos.”.
Matilde se fizera Benfeitora
de muitos, e, agora, solicitava a alguns deles que a auxiliassem na libertação
do espírito pelo qual se sentia responsável – Gregório!
Para obtermos intercessão em
favor dos que amamos, carecemos de interceder em benefício daqueles que são
amados por outros.
*
Em seguida, Matilde anuncia a
sua volta ao corpo para breve, principalmente com o intuito de receber Gregório
na condição de filho... Ela ainda esclarece que Gregório, com o passar do
tempo, haveria de receber muitos daqueles que integravam as falanges do mal sob
o seu comando. Certamente, haveria de permanecer à frente de alguma Instituição
assistencial de amparo aos mais desvalidos.
Notemos assim que, na maioria
das vezes, fazer o Bem não é uma missão, mas um resgate.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 24 de setembro
de 2018.
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