30.9.18

Sentimento de Esperança


O QUE ACHA DO MOMENTO ATUAL DO BRASIL?
- Um momento de indefinições políticas e isso preocupa a todos nós que temos compromisso com essa imensa nação.
HÁ UM CLIMA DE MUITA DISPUTA, DE DESUNIÃO, DE CONFLITO. ISSO NÃO É BOM.
- Verdade! Mas há também um sentimento de esperança. As pessoas querem ser felizes, é um clamor geral. Quem é pobre quer ver a vida melhorar. Quem está desempregado quer arrumar um bico que seja para seu sustento. Todo mundo quer ser feliz e isso é justo. Uma eleição geral como essa vai ao encontro do anseio popular por melhores dias. Neste ponto de vista, uma eleição é mais que bem-vinda porque renova a esperança da nossa gente.
INSISTO NA DIVISÃO DESSA NOSSA GENTE COMO O SR. FALA, DE MANEIRA EXAGERADA, É PREOCUPANTE.
- Claro, não vou me esquivar de falar sobre isso, mas não vamos esperar que meu posicionamento aqui agradará a toda a gente, pelo contrário, posso ser acusado de subversivo por uns ou de intransigente por outros, mas o que vejo e defendo não pode fugir da minha história de coerência com o que sempre lutei quando estava fisicamente aí entre vocês.
O QUE TEM A DIZER?
- Não posso e não devo aplacar a esperança de quem quer que seja, peço, no entanto, que pensem direito antes de dar o seu voto. Eu sei que vivemos um instante difícil no nosso País. Há violência crescente, há desemprego, há desordem institucional, há muitos conflitos. É natural que o povo, de maneira geral, queira dar um fim a tudo isso. É natural também que um discurso fácil e inflamante ganhe corpo a essa expectativa geral. Portanto, vejo com bons olhos a indignação popular em lutar contra o que está errado, mas não posso ficar calado quando ouço pregarem mais violência para acabar com a violência, impor o autoritarismo na condução da coisa pública, criar um sentimento de desunião diante dos problemas uns dos outros. Com relação a esse estado de coisas, inquieta-me profundamente.
SEJAMOS MAIS DIRETOS, POR FAVOR, SE POSSÍVEL. HÁ DETERMINADO CANDIDATO QUE PREGA ALGO MAIS RADICAL. É NOTÓRIA A SUA POSTURA NESTE SENTIDO. HÁ DIVERSAS FALAS DELE DEFENDENDO UMA AÇÃO MAIS ENÉRGICA E FRONTAL CONTRA TUDO ISSO. É ISTO QUE LHE IMPACIENTA?
- Sempre exerci meus compromissos com o outro pautado no diálogo. Temos que conhecer e aceitar o outro como ele é, o que não implica dizer que vamos concordar. Eu acho que é preciso ponderar alguns aspectos. Por exemplo, a força é importante em determinados casos, mas não pode representar a bandeira de luta de quem quer que seja, ela deve ser a exceção e não a regra. O arbítrio que vivi nos meus dias na Terra significava o uso total da força em desrespeito aos direitos mínimos de toda a gente. Isso não pode acontecer de novo, jamais. O que desejamos é a construção de um País pacificado, unido num mesmo propósito, de conciliação e de paz, apesar dos conflitos que são naturais. A ternura, o entendimento, a docilidade, a boa conversa pode desarmar completamente uma guerra. Não creio que a intolerância deva predominar diante dos problemas do povo.
O POVO ESTA CANSADO, ESTÁ SOFRIDO DEMAIS, QUER UM ALÍVIO PARA AS SUAS DORES...
- É verdade, eu vejo isso muito claramente do lado de cá da vida. Vejo também que forças antagonizantes ao bem se aproveitam desse estado de coisas para pregar o ódio e a desordem. Ora, isto eu não posso admitir jamais.
HÁ PERIGO DE UMA CISÃO NO NOSSO PAÍS?
- Quero crer que não, mas não podemos ficar de braços cruzados esperando isto acontecer. Façamos a nossa parte e sejamos cautelosos diante do porvir. Desesperar, jamais, como bem dizia o poeta. Ficar parado de braços cruzados também posso dizer: jamais!
O QUE DIZER AO NOSSO POVO SOFRIDO? O QUE ESPERAR DESSA ELEIÇÃO?
- A eleição nada mais é do que a expressão livre do nosso povo. Se não agimos certo, vamos ter que nos submeter a quem escolheu nossos destinos pelo voto. Então, a solução é também votar. O seu voto é importante, seja ele qual for, no entanto, exerça a sua cidadania consciente sempre e não esporadicamente.
PARTICULARMENTE, TEMO EM NÃO FICAR COM OPÇÕES QUE DESEJARIA NO SEGUNDO TURNO. ESTE SENTIMENTO, CREIO, É DE MUITA GENTE. SE ISTO VIER A OCORRER, COMO DEVEMOS PROCEDER?
- Votando. O voto é sagrado, o que não quer dizer que concorde totalmente com o candidato. Eles, os políticos, devem estar submetidos à vontade do povo e não o povo submetido a vontade desses políticos. A luta partidária, o engajamento político deve ser ato contínuo numa democracia e não um encontro esporádico com as urnas. Se estamos vivendo uma situação desagradável é porque os que se preocupam com a política a utilizam diariamente e o restante da população somente de vez em quando. Então, dá nisso que está.
SEU CONSELHO...
- Amar sempre é a melhor solução para qualquer conflito. Busquem nisso uma razão de viver e um comportamento nas relações. Ele haverá de dar as respostas que precisamos. É o que penso. De resto, deixemos que a vontade de Deus presida os nossos dias e aprendamos com nossos atos. Assim seja!

Helder Câmara – Blog Novas Utopias

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