16.9.18

O Destino do Brasil


Até onde vai o País?
O que não se sabe é que todos estão envolvidos, de uma maneira ou de outra, no destino dessa imensa nação.
Quem queira duvidar disso vai ter que se transportar para outro País imediatamente ou descarregar as suas heranças psíquicas e culturais que ainda alimenta na alma.
Fugir do embate que se avizinha é bastante cômodo, mas fica aqui uma reflexão: valerá a pena deixar de participar da reconstrução de um país por não querer passar pelas agruras da luta?
Àqueles que simplesmente desejam estar num país pronto, ajustado, de economia estável, serviços públicos eficientes, faz, no fundo, um gesto de egoísmo. É compreensível, mas deixar de usufruir do embate de forças, do aprendizado na diversidade, da renovação das mentalidades... Respeite-se!
Àqueles, porém, que se deixam levar pelo idealismo de um país melhor no futuro saibam de início que não será tarefa fácil e rápida, até porque construção alguma que se deseje consistente e operosa se faz num piscar de olhos.
As agruras a que me refiro serão de todas as ordens.
No campo da política, aquela que hoje os brasileiros mais se digladiam, estamos assistindo a um embaraço de forças que não se ajustam ao novo ditame que o planeta deseja. Algumas propostas revisionistas do status quo são mal digeridas e muitos querem mesmo é que tudo mude, mas ficando exatamente do jeito que está. Ora, como pode se conviver com tanta injustiça e ficar de braços cruzados?
A política é sim uma arena de enfrentamento, mas de ideias e não de pessoas. É lá que se deve debater novos rumos. Coincidência ou não, arena quer dizer local onde as pessoas convivem e lutam por seus ideais. A arena política atual está contaminada por valores intrínsecos a sobrevivência. Como não foram resolvidos alguns problemas básicos, a agenda política se curva a discutir o essencial, embora de forma atabalhoada. Tudo, absolutamente tudo, tem a sua razão de ser e o povo, no fundo, grita por melhores dias, apesar de parte dele não saber exatamente como e quem pode trazer isso para si. Aguardemos a evolução dos fatos que trarão respostas para nossos questionamentos.
No campo da educação, porém, é que encontraremos mais respostas para o que desejamos. Se na política escolhemos o nosso destino, na educação – ou na sua ausência – ele está escolhido para nós. No íntimo de cada um é que está a formação do amanhã, a educação burila vontades e pensamentos e faz desabrochar o que de melhor cada um possui. A arena política vibra na dissonância, a ambiência educacional vibra em luzes e progresso.
No campo da saúde devemos verificar a que ponto estamos contribuindo ou não para que as pessoas fiquem doentes. E doença, neste caso, não se resume simplesmente a sintomas desagradáveis, mas, sobretudo, ao que emitimos uns com os outros e qual é o nosso comportamento individual perante os embates da vida. Saúde integral e não apenas a do corpo físico. O organismo humano é mais complexo do que um conjunto de sistemas a serem estudados e combalidos por algum medicamente específico.
No campo do saber jurídico, onde se processam a execução das leis, está outro fator de redenção planetária e particularmente no nosso País. Leis, temos aos montes. Efetividade delas é que temos carência. Buscar justiça pelas próprias mãos já se demonstrou no passado que é ineficaz, mas fazer com que os instrumentos da lei sejam exemplarmente postos em prática é o caminho que seguem as civilizações humanizadas do planeta. Sem justiça, não há progresso social e tudo pode se transformar num imenso caos.
O Brasil vive, entre outros aspectos de entendimento, um período de autoafirmação, mas ainda não sabe direito para onde ir. Sabe o que não quer, porém, não tem um entendimento mais largo de para onde deverá ir.
Enquanto isso, vai colecionar, naturalmente, o resultado de suas próprias escolhas. Acertará, errará, ficará decepcionado, uma frustração aqui, outra acolá. E, paulatinamente, vai respirar novos ares de democracia e justiça. Tudo acontecerá aos poucos, mas experimentaremos inevitavelmente dias difíceis.
A procura por um espaço democrático também significa a busca de uma liberdade consciente. Se desejamos mudar o que esta aí comecemos por mudar a nossa forma de pensar e de agir. Quem promove as mudanças senão nós mesmos¿
Luta, embate, choque, conflito, serão naturais. Se, entretanto, houver consequência a tudo que aprouver, encontraremos mais espaço para o acerto e conserto das coisas.
Venha para este novo País que haveremos de construir. Você fará falta se não contribuir com sua opinião e ação. Todos nós somos os responsáveis pelo nosso amanhã e de nosso País.

Joaquim Nabuco  - Blog Reflexões de um Imortal

Nenhum comentário:

Postar um comentário