Reunião pública de 23-2-59
Questão nº 888
Dizes-te pobre; entretanto,
milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte
do tesouro de tua fé.
Dizes-te desorientado;
contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece,
comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para
contemplarem pequena faixa da Natureza.
Dizes-te impedido de praticar
o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade
oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que
te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxílio dos outros.
Dizes-te desanimado, sem te
recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a
adquirir, com a mais elevada cota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de
teus braços.
Dizes-te em provação, mas
ouvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam
quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e lucidez.
Dizes-te impossibilitado de
ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios
ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca.
Dizes-te desamparado;
entretanto, milhões de criaturas dariam
tudo o que lhes define a posse na vida
para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da
expiação e do sofrimento.
Por que és, não lavres
certidão de incapacidade contra ti mesmo.
Lembra-te de que um sorriso
de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de
solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.
Antes de censurar o irmão que
traz consigo a prova esfogueantes das grandes propriedades, sai de ti mesmo e
auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de
entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.
E, então, perceberás que a
beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a
distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor
sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.
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