Reunião pública de 2-10-59
Questão n°. 893
Tentado à permanência nas
trevas, embora de pés sangrando, dirige-te para a luz.
Enquanto não atravesse o suor
e o cansaço da plantação, lavrador algum amealha a colheita.
Até que atinjamos, um dia, o
clima do reino angélico, seremos almas humanas, peregrinos da evolução nas
trilhas da eternidade.
Aqui e ali, ouviremos
cânticos de exaltação à virtude e, louvando-a, falaremos por nossa vez,
acentuando-lhe os elogios.
Entretanto, manda a
sinceridade nos vejamos por dentro, e, por dentro de nós, ruge o passado,
gritando injúrias contra as nossas mais belas aspirações.
Toma, porém, o facho que o
Cristo te coloca nas mãos e clareia a intimidade da consciência, parlamentando
contigo mesmo.
Hora a hora, esclareçamos a
nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros.
Reparando os caídos em plena
viciação, inventaria as próprias fraquezas e perceberás que, provavelmente,
respirarias agora numa enxerga de lodo, não fosse a migalha do conhecimento que
te enriquece.
Diante dos que se desvairam
na crítica, observa a facilidade com que te entregas aos julgamentos
irrefletidos e pondera que serias igualmente compelido ao braseiro da
crueldade, não fosse algum ligeiro dístico da prudência que consegues
mentalizar.
À frente daqueles que se
envileceram na carruagem do ouro ou da influência política, recorda quantas
vezes a vaidade te procura, por dia, nos recessos do coração, e reconhecerás
que também forçarias as portas da fortuna e do poder, caso não fosse o leve fio
de responsabilidade que te frena os impulsos.
Analisando os que sofrem na
tela da obsessão, pensa nos reiterados enganos a que te arrojas e compreenderás
que ainda hoje chorarias nas angústias do manicômio, não fosse a pequenina
faixa de serviço no bem a que te afeiçoas.
Perante os companheiros
atolados no crime, anota a agressividade que ainda trazes contigo e concluirás
que talvez estivesses na penitenciária, amargando aflitiva sentença, não fosse
o raiúnculo de oração que acendes na própria alma.
E as lutas que te marcam a
rota assinalam também o campo de serviço em que ainda estagias junto aos
desencarnados da nossa esfera de ação. Situemo-nos no lugar dos que erram e
nosso raciocínio descansará no abrigo do entendimento.
Nenhum lidador vinculado à
Terra se encontra integralmente livre das tendências inferiores .
Todos nós, ante a sublimidade
do Cristo, somos almas em libertação gradativa, buscando a vitória sobre nós
mesmos.
E se a estrada para
semelhante triunfo se chama «caridade constante para com os outros», o primeiro
passo de cada dia chama-se «compaixão».
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