Questão 393 do Livro dos Espíritos
O Espírito, ao reencarnar,
esquece o passado por benção de Deus. Traria grande confusão para a alma a
lembrança, quando na carne, das suas inúmeras existências de tempos idos. O
Espírito esquece para que possa, na nova existência, criar condições de
restabelecer suas forças espirituais. No entanto, a consciência profunda lhe
vai avisando, por intuição, de tudo que passou nos variados caminhos
percorridos. São recordações suaves, mas certas, no sentido de que a alma não
perca o posicionamento de sua conduta. Isso acontece, mesmo a quem segue
religiões que negam a reencarnação, pois a lei de Deus é universal.
Mesmo que se encontre negando
a existência de Deus, Ele, o Magnânimo Senhor, não deixa de amparar Seu filho.
Todos temos intuições acerca de todas as leis espirituais. O mundo consciente é
pequeno demais para acumular tantas recordações do passado, mas esse se faz
presente quando necessário. A vontade de Deus é sempre feita em toda a Sua
casa.
As lembranças assomam a nossa
mente constantemente, em variadas formas, dando-nos segurança do que passamos.
Quantas vezes podemos observar irmãos que se dizem materialistas, estendidos em
uma cama, sofrendo grandes provações pacientemente, sem blasfemar, sem
reclamar, recebendo as lições da dor com proveito? Isso é prova da consciência,
do que está registrado no passado. É a intuição dele escrevendo no seu livro
interno as verdades espirituais. Muitos outros, mesmo no leito de dor, começam
a reconhecer a continuação da vida e a existência de Deus.
A justiça não nos deixa de
responder por aquilo que fizemos. Pela vida que se leva na Terra, tem-se uma
vaga lembrança do que se foi no passado; pelos sentimentos do presente,
advinha-se o que foi feito das oportunidades a si oferecidas. Nessas
meditações, pode-se avaliar os reparos que devem se feitos no presente, os
quais não devem retardar, por ser chamado da espiritualidade maior, pelos
canais da consciência em Cristo. Esperar mais é permitir o atraso da felicidade
em nossa vida.
Todos conhecem o bem e o mal.
Antes mesmo de usar o primeiro corpo, na Terra ou em outros mundos, o Espírito
é adestrado teoricamente em todas as leis para, depois, como encarnado, passar
a viver; por tudo o que passamos, somos os responsáveis, e são processos de
evolução o despertamento para a alma. Não há lições sem proveito.
Certamente que não haveria
mérito algum se nos lembrássemos de todos os feitos do passado, de todas as
causas que nos colocaram no estado em que nos encontramos atualmente, ou,
então, se tivéssemos à nossa disposição um guia espiritual que nos dissesse: “–
Faça isso ou aquilo,” e nos impedisse de usar certa liberdade que temos. Os
guias espirituais existem e influenciam na nossa vida mais do que pensamos, mas
eles não tolhem a liberdade do aprendiz; cercam-no de todos os cuidados
possíveis, mas deixando a ele o que ele mesmo deve fazer em seu próprio
benefício. Alguém pode até trazer um copo de água até nossa boca, mas nós é que
temos que bebê-la; podem nos dar a comida, mas nós é que temos que mastigá-la e
engolí-la. Certas decisões seguem a mesma ordem acima referida; é nosso campo
de conquista individual.
Somos cercados de toda
assistência, em tudo que o Senhor achou conveniente nos amparar, no entanto, a
nossa parte, essa nós temos de fazê-la. Não temos quando na carne, lembranças
exatas do que fomos do passado, mas, no silêncio vibracional, elas estão
presentes a nos dizer o que fizemos. Mesmo que não queiramos ouví-las, essas
lembranças nos invadem e nos falam de maneira que todos nós entendemos,
reconhecendo a verdade. Todos somos responsáveis, pelo que fizemos, e pelo que
devemos fazer de agora em diante. Vejamos o que deve ser feito daí para frente.
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