7.5.17

República Parlamentar

Há muito que se fala da reimplementação do sistema parlamentarista de governo no nosso País. Eu, um parlamentarista convicto, não poderia deixar de me somar a estas tentativas que ora se mostram vãs.
Infelizmente, no nosso Brasil, as correntes ideológicas e políticas, como aliás em todo o planeta, são absolutamente oportunistas. Afirmo isto para dizer que o sistema parlamentar não se instalará no País senão por obra do oportunismo de ocasião e não por deliberação das vontades. E reside aí o ponto crucial, talvez, da sua derrocada definitiva.
O sistema parlamentar do governo deve representar um anseio da sociedade em querer-se governar-se melhor, isto é, ser visto como um instrumento eficaz para a produção de mudanças e não, como se percebe hoje, como uma forma de manutenção dos mesmos no poder.
A isto devo dizer que ele, o povo, possui absoluta razão em não desejar a sua instalação, pois que, para ruir o que aí está então que fique o presidencialismo, ao menos, pensa a coletividade, posso eu dispensá-lo a cada quatro anos.
O sistema parlamentar de governo insere uma série de vantagens e prerrogativas que são alvissareiras para os dias atuais. Em primeiro lugar, avesso a crises, o sistema resolve-se facilmente quando ali se instala um conflito de grave proporções. Simplesmente dissolve-se aquele que não mais corresponde às expectativas e se implanta outro que possa reunir a vontade e a confiança da nova maioria.
Outro argumento interessante e que está no seio do princípio desta forma de governar é que ela pede essencialmente um colégio de governo e não apenas um representante autoral como é no presidencialismo, ou seja, é um grupo de pessoas que são responsáveis pelo governo coordenados, é verdade, por um, mas que está tutelado ao regime de poder que angaria pela eficácia do próprio governo e se sustenta por isso, não mais.
A terceira, entre outras vantagens desse sistema de governo, é que preza pelo resultado da gestão. Se as medidas postas em prática não alcançam êxito então ele também não se sustenta. Em outras palavras, exige-se a competência de governar aliado à capacidade de se fazer política. Em suma, as duas razões do estado de governo.
O povo se faz representado pelo voto parlamentar e pela pressão natural das ruas, haja vista que governo algum se estabelece se não for de caráter popular. É verdade que numa realidade como a nossa, muitos políticos haverão de se postar como aproveitadores à medida que tudo farão para se encastelar-se no poder, mas as próprias regras do sistema se encarregarão de pô-lo para fora. É assim que funciona, brevemente.
Outros países que constam como parlamentaristas, notadamente toda a Europa, praticamente, encontraram seu modelo de governo e gestão, nós, brasileiros, deveremos do mesmo modo encontrar o nosso, haja vista que são realidades diferentes e o próprio modelo atualmente instalado é fruto de aperfeiçoamentos constantes.
Será uma longa jornada até termos um sistema mais justo  e eficiente de governo, mas, creio, será uma tentativa vitoriosa e, quem sabe, estarei entre vocês para colaborar neste intuito. É este um dos meus propósito quando de retorno ao corpo físico e, se me derem novamente esta graça, de renascer em solo brasileiro.
Amemos o nosso País. Dediquemos a ele as nossas maiores forças. Empreendamos as nossas melhores ideias e iniciativas. Mesmo do lado de cá da vida não paramos de lutar por uma nação melhor, então mãos à obra, companheiros de jornada eterna.


Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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