25.5.17

ASSIMILAÇÃO DE CORRENTES MENTAIS

    Faltavam apenas dois minutos para as vinte horas, quando o dirigente espiritual mais responsável deu entrada no pequeno recinto.
    Nosso orientador articulou a apresentação.
    O Irmão Clementino abraçou-nos acolhedor.
    A casa pertencia-nos a todos, explicou sorridente. Estivéssemos, pois, à vontade, na tarefa de que nos achávamos investidos.
    A essa altura, diversas entidades do nosso plano colocaram-se junto dos médiuns que estariam de serviço.
    Clementino avançou em direção de Raul Silva, perto de quem se postou em muda reflexão.
    Logo após, Áulus convidou-me ao psicoscópio e, graduando-o sob nova modalidade, recomendou-nos acurado exame.
    Foquei os companheiros encarnados em concentração mental, identificando-os sob aspecto diferente.
    Dessa vez, os veículos físicos apareciam quais se fossem correntes eletromagnéticas em elevada tensão.
    O sistema nervoso, os núcleos glandulares e os plexos emitiam luminescência particular. E, justapondo-se ao cérebro, a mente surgia como esfera de luz característica, oferecendo em cada companheiro determinado potencial de radiação.
    Assinalando-nos a curiosidade, o Assistente explicou:
    - Em qualquer estudo mediúnico, não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo, nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha.
    Nesse instante, o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo que comandava a assembléia, mostrando-se-nos mais humanizado, quase obscuro.
    - O benfeitor espiritual que ora nos dirige - acentuou o nosso instrutor - afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo à posição de Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante. Influencia agora a vida cerebral do condutor da casa, à maneira dum musicista emérito manobrando, respeitoso, um violino de alto valor, do qual conhece a firmeza e a harmonia.
    Notamos que a cabeça venerável de Clementino passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro de Silva, sob os dedos do benfeitor, se nimbava de luminosidade intensa, embora diversa.


Livro: "Nos Domínios da Mediunidade"  -  Francisco C Xavier - André Luiz

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