Estudos
que os espíritas podem fazer na Bíblia
Em
João no Capítulo 9 encontramos:
1 “Caminhando Jesus, viu um
homem cego de nascença”. 2 “E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem
pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego”?
Podemos
ver que os apóstolos conheciam o homem, sabiam que nasceu cego, admitiam
existir males resultantes do pecado, aceitavam a preexistência da alma,
concebiam a possibilidade de estar pagando por faltas de uma vida anterior. Por
outro lado vemos que eles não tinham uma visão bem definida dos mecanismos da
justiça divina e estavam pensando nas concepções de Moisés, que no primeiro
mandamento da Tábua da Lei registrou em Êxodo capítulo 20:
- Bíblia traduzida por João
Ferreira de Almeida Atualizada:
5 “-Não te encurvarás diante
delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que
visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração
daqueles que me odeiam”.
- Bíblia - English Revised Version:
5 “-thou shalt not bow down thyself unto them, nor serve them: for I the
LORD thy God am a jealous God, visiting the iniquity of the fathers upon the
children, upon the third and upon the fourth generation of them that hate me”;
De
acordo com Severino Celestino da Silva, grande estudioso das traduções
bíblicas, devemos tomar cuidado com as traduções da Bíblia, pois o trecho
“visito a iniquidade dos pais nos filhos ATÉ a terceira e quarta geração” em
Inglês está assim “visiting the iniquity of the fathers UPON the third and UPON
the fourth generation” a palavra upon significa sobre.
Eu
não posso crer que o Pai soberanamente bom e justo faria a punição cair no
filho, no neto e no bisneto do que cometeu a iniquidade, acredito que a punição
cairá sobre a terceira ou quarta geração dele o que é mais uma prova da
reencarnação, uma vez que na terceira ou quarta geração podemos ter a mesma pessoa
reencarnado na mesma família.
Voltando
a João 9:
3 “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. 4 “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. 5 “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.
3 “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. 4 “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. 5 “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.
Aqui
vemos Jesus aceitando a forma de pensar dos apóstolos, ou como mestre que era,
os teria corrigido e ao mesmo tempo mostrando outra possibilidade, ou seja a
reencarnação de prova, onde os Espíritos mais evoluídos passam por experiências
difíceis, atendendo suas necessidades evolutivas, esta seria a posição daquele
homem cego. Não nasceu privado da visão por imposição cármica, não era
indispensável que nascesse com essa deficiência. Poderia trilhar caminhos mais
suaves. Foi escolha sua, por entender que a cegueira lhe seria muito
proveitosa, ampliando suas experiências, favorecendo seu crescimento
espiritual.
6 “Dito isso, cuspiu na terra
e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego”, 7 “dizendo-lhe:
Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e
voltou vendo”.
Na
minha opinião Jesus não fazia milagres, tinha a capacidade de concentrar
fluidos que promoviam a cura.
Vamos
agora curtir o restante do capítulo 9 de João que para mim é um relato do
preconceito, do poder e do medo que promoviam os religiosos judeus.
8 “Então, os vizinhos e os
que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam: Não é este o que
estava assentado pedindo esmolas”? 9 “Uns diziam: É ele. Outros: Não, mas se
parece com ele. Ele mesmo, porém, dizia: Sou eu”. 10 “Perguntaram-lhe, pois:
Como te foram abertos os olhos”? 11 “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez
lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então,
fui, lavei-me e estou vendo”. 12 “Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu:
Não sei”. 13 “Levaram, pois, aos fariseus o que dantes fora cego”.
O
povo da época era muito fofoqueiros ou tinha o rabo preso com os fariseus.
14 “E era sábado o dia em que
Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos”. 15 “Então, os fariseus, por sua vez,
lhe perguntaram como chegara a ver; ao que lhes respondeu: Aplicou lodo aos
meus olhos, lavei-me e estou vendo”. 16 “Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse
homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um
homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles”. 17 “De
novo, perguntaram ao cego: Que dizes tu a respeito dele, visto que te abriu os
olhos? Que é profeta, respondeu ele”.
Olhem
o preconceito, por ser um sábado Jesus não poderia ter feito uma bondade.
18 “Não acreditaram os judeus
que ele fora cego e que agora via, enquanto não lhe chamaram os pais” 19 “e os
interrogaram: É este o vosso filho, de quem dizeis que nasceu cego? Como, pois,
vê agora”? 20 “Então, os pais responderam: Sabemos que este é nosso filho e que
nasceu cego”; 21 “mas não sabemos como vê agora; ou quem lhe abriu os olhos
também não sabemos. Perguntai a ele, idade tem; falará de si mesmo”. 22 “Isto
disseram seus pais porque estavam com medo dos judeus; pois estes já haviam
assentado que, se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da
sinagoga”. 23 “Por isso, é que disseram os pais: Ele idade tem, interrogai-o”.
Os
pais do que era cego estavam morrendo de medo dos fariseus e não quiseram se
comprometer.
24 “Então, chamaram, pela
segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: Dá glória a Deus; nós
sabemos que esse homem é pecador”. 25 “Ele retrucou: Se é pecador, não sei; uma
coisa sei: eu era cego e agora vejo”. 26 “Perguntaram-lhe, pois: Que te fez
ele? como te abriu os olhos”? 27 “Ele lhes respondeu: Já vo-lo disse, e não
atendestes; por que quereis ouvir outra vez? Porventura, quereis vós também
tornar-vos seus discípulos”? 28 “Então, o injuriaram e lhe disseram: Discípulo
dele és tu; mas nós somos discípulos de Moisés”. 29 “Sabemos que Deus falou a
Moisés; mas este nem sabemos donde é”. 30 “Respondeu-lhes o homem: Nisto é de
estranhar que vós não saibais donde ele é, e, contudo, me abriu os olhos”. 31
“Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a
Deus e pratica a sua vontade, a este atende”. 32 “Desde que há mundo, jamais se
ouviu que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença”. 33 “Se este
homem não fosse de Deus, nada poderia ter feito”. 34 “Mas eles retrucaram: Tu
és nascido todo em pecado e nos ensinas a nós? E o expulsaram”.
O
moço que fora cego mostra aqui não ter tanto medo dos fariseus.
35 “Ouvindo Jesus que o
tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem”? 36
“Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia”? 37 “E Jesus
lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo”. 38 “Então, afirmou ele:
Creio, Senhor; e o adorou”. 39 “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para
juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos”. 40
“Alguns dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso,
também nós somos cegos”? 41 “Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não
teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso
pecado”.
Devemos
comparar este episódio de cura com o que acontece no Espiritismo, que trata de
males do corpo e da alma. Muitos procuram as Casas Espíritas e são curados, mas
são raros os que têm a coragem de proclamar a origem da cura, tiveram a prova,
não são mais cegos, mas não querem deixar de pensar de forma material.
Toninho
Barana