O que pensar da vida senão a
grande oportunidade do progresso humano.
Progresso em todos os
flancos. Progresso no viver em paz. Progresso em lidar com os problemas de
maneira serena. Progresso em identificar e trabalhar as suas mazelas morais com
aceitação e persistência. Progresso em saber que o melhor da própria vida ainda
está por vir.
Tudo isso tem sido muito
proveitoso para mim nestas instâncias. Meu progresso material foi relativo.
Pouco, até. Necessário que se faça uma análise maior do que é a vida para
podermos render graças de vitória. Claro que fiz muitas coisas interessantes e
marcantes. O trabalho incessante pela justiça social, a causa que abracei da
abolição da escravatura negra no Brasil, o meu apelo permanente pela inclusão
social dos pobres, além, naturalmente, das questões pessoais.
O que destaco é que quando
estamos fora da carne é que temos uma visão mais superlativa da vida. Esta
visão ampliada nos permite avaliar e chegar a conclusão de que poderíamos fazer
bem mais e não fizemos.
Como alunos relapsos que não
fazem o devido dever de casa, fui imergido na carne com alguns propósitos muito
claros. Uns, absorvi e cumpri. Outros, negligenciei e fali. “É assim mesmo”, me
disseram, “é difícil tirar um dez por aqui”.
Tudo bem que não desejava ser
um aluno líder de classe, mas a minha nota, aquela que atribui pela minha
consciência, foi muito baixa. Daria, certamente, repetência de ano.
- Nabuco, você não estaria
sendo demasiadamente rigoroso com você? Você é um exemplo para muita gente por
aqui. Adorado por muitos no mundo físico.
Meus amigos, a consciência
quando desperta é implacável. Tive às mãos muitas oportunidades que
representavam “ouro” no meu viver, coisas simples de desconhecimento geral, e
que não soube aproveitar. Passei em alguns testes, mas fui reprovado em
questões simples. Dá para entender?
Para a minha grande surpresa,
percebo, do lado de cá da vida, que a maioria das gentes, igualmente a mim, é
relapsa do mesmo jeito. Pior até, na média geral.
Esta constatação é
preocupante no mundo dos espíritos. Por que as pessoas se comprometem a tanto
antes de vir a carne e simplesmente abandonam estas metas quando são postas à
prova?
O esquecimento das metas,
diriam uns. É verdade que do ponto de vista da consciência plena se esqueça do
fundamental, mas lá dentro, no campo sagrado da intuição, está tudo lá, perenemente,
esperando por você para agir. Então, isto não é desculpa. É ausência de
comprometimento consigo mesmo.
O outro motivo é o embalo dos
dias que nos tira de foco. Outro argumento importante e válido, porém, não
fazemos outras coisas do mesmo jeito? Não priorizamos outras ações em lugar
daquelas prometidas? É ausência de vigilância interior.
Há outros que podem dizer que
nossa evolução espiritual deixa tudo muito a desejar. É uma bela explicação
para justificar a nossa ausência de priorização conosco.
Justificativas há tantas
outras. Discernimento do nosso próprio bem, eis nosso desafio, eis a grande
questão.
Minha vida futura, planejo,
será de muitos percalços. Uma vida difícil, do ponto de vista material, mas
extremamente prazerosa no campo do amor e da devoção aos outros. Então, que
venham os desafios e que, com a ajuda de Deus e de nossos amigos espirituais,
possamos avançar cada vez mais no campo da luz.
Que Deus nos abençoe!
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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