A ordem das coisas depende de
cada um de nós. Nosso futuro está literalmente nas nossas mãos. Não nos
desculpemos, portanto, quando algo foge ao nosso controle, ao contrário,
partamos já para outra fileira a saber, onde possamos seguir caminho próprio.
Não nos convém mais, à luz do
que sabemos e pregamos, dar desculpas quanto às nossas falhas morais pontuais.
Temos muitas imperfeições, é verdade, e vamos ainda demorar séculos por
entendê-las e dominá-las completamente, mas já há um mínimo que podemos – e
devemos – fazer em busca da nossa melhoria espiritual.
O mundo passa por
transformações, mudanças abruptas, de algo que jamais se viu na história da
humanidade. Transformações gigantescas batem a todo momento à nossa porta. Ora,
junto com elas, as mudanças de ordem tecnológica, devemos priorizar também as
mudanças de ordem moral, pois que adianta um mundo avançado na tecnologia com
homens ainda se comportando como se estivessem próximos às cavernas.
A tecnologia é sintoma de
evolução intelectual e nisto demos passos extraordinários em tão pouco tempo.
Mostramos a nós mesmos que somos absolutamente capazes de proezas
inimagináveis, no entanto, comportamo-nos de maneira bruta e cruel, destruímos
a nós mesmos e a natureza que nos recebe e alimenta. Somos brutos porque sequer
reconhecemos falhas grotescas no proceder e defendemos, com unhas e dentes,
procedimentos que já deveriam ter sido abandonados ao longo da história.
É este, porém, o retrato que
temos, por enquanto. Satisfazer-se com ele, jamais. Deixar de reconhecer os
avanços, igualmente não, mas não permitir passos de maior envergadura no
contexto social, político e econômico é perda de tempo e sinal de beligerância.
Aos que acenam por mudanças
radicais, muitas delas imprescindíveis, analisemos até onde se pode fazê-las
hoje. Quando não, absorvamos o que é possível a as executemos já. O que não se
pode, a pretexto da cautela, é deixar sempre para depois as mudanças que
consideramos urgentes.
No Brasil, por exemplo,
encontramos contrastes significativos. De um lado, avanços econômicos
setorizados, tecnologia de ponta, inovação a pleno vapor, ideias maravilhosos
postas em execução. De outro, porém, a famigerada corrupção, os desmandos
governamentais, a educação de baixíssima qualidade, os indicadores de pobreza
que não deixam de existir e lembrar, de certa forma, que somos extremamente
egoístas, porquanto somos absurdamente concentradores de riqueza.
Neste capítulo, importante
lembrar a figura de Jesus de Nazaré.
Por favor, não me denominem
imediatamente que trato de religiosismo, de aderência a causas secundárias.
Nada disso. Primeiramente, reconhecer a enorme contribuição moral deste
personagem histórico, da sua elevada condição espiritual, de tamanha envergadura
que não conseguimos ainda vislumbrar. Contenham-se muitos apenas nos quesitos
do comportamento moral desejado. Sua filosofia do amor não houve outra, até o
momento, que se demonstrasse mais eficiente. Outras ficaram, tão somente, em
questões subliminares, Ele, entretanto, foi a fundo, disse objetivamente que
nenhuma mudança efetiva ocorreria se não fosse por intermédio da implantação da
lei do amor.
Aprendamos, portanto, com
este senhor. Ele tem muito a nos ensinar. Descuidem-se do aparato dogmático que
os homens lhe deram e concentre-se, o máximo que puder, na sua mensagem
redentora e magnífica.
Avante, senhores, pois as
mudanças que desejamos ver instaladas no mundo, como bem afirmou a grande alma
da Índia, deve perpetuar-se primeiramente no coração de cada homem.
Será assim – e somente assim
– que promoveremos a grande revolução que a humanidade espera.
Abraços,
Joaquim Nabuco - Blog
Reflexões de um Imortal
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