O fogo das paixões nos traz,
muitas vezes, a caminhos enviesados. Caminhos tortos, sem algo a nos dar de
positivo e belo. Mesmo assim haveremos de aprender algo e, mais tarde, nos será
útil para alguma coisa.
Na política, como em tudo na
vida, fazemos escolhas. O caminho democrático é feito dessa maneira, por
intermédio das escolhas. Se as escolhas foram bem-sucedidas ou não somente o
tempo irá nos responder.
O fato é que apostamos em
alguém ou em alguma proposta. Parece que aquilo nos acomoda bem na alma. É o
que pensamos ou, ao menos, é que possui uma lógica. Quando não é o próprio
candidato que nos impressiona os sentidos e o intelecto.
Uma campanha política é
sempre assim. Acendem-se os faróis da esperança do povo. Ele quer mudanças, se
as coisas não vão bem. Ele quer continuidade, se o governante faz o que
promete. Ele quer, na verdade, é uma boa vida, nada mais.
Na hora do voto, a razão,
muitas vezes, some e, no seu lugar, acorda a paixão e a esperança. É de a
índole do ser humano querer o melhor para si e para os seus. É de sua têmpera
querer acreditar que tudo pode mudar para melhor.
Ocorrem, porém, duas
possibilidades muito claras depois do voto e em sendo eleito seu candidato em
qualquer nível. Ou ele cumpre com seus compromissos e o eleitor se sente feliz
pela coerência do candidato e pela aposta correta; ou o eleito se distrai e faz
tudo ao contrário que prometeu ou simplesmente nada faz. Uma ou outra a
possibilidade de destino do seu voto.
No meu tempo, como hoje,
acontece um mal terrível nas democracias que ainda beiram a infância da
política. Passada a eleição, o candidato se elege e o eleitor simplesmente
ignora aquele que depositou seu voto de confiança. Aliás, abandona a prática
política. Acredita que as coisas se resolverão por si mesmas e que basta eleger
alguém competente para que o discurso saia do papel e ganhe as ruas. Não é bem
assim na prática.
A democracia verdadeira é
vivida todos os dias. Todos os dias devemos exercer o nosso direito de cidadão
e, portanto, responsável pelo seu destino.
Figuras antigas da política
renascem hoje com um compromisso maior: aumentar o grau de educação política do
povo.
Eles fizeram de um tudo para
se locupletarem com o voto alheio sem sequer prestar qualquer benefício para
quem o elegeu. Batem hoje à porta da imortalidade para consertar seus erros do
passado.
Ora, se os políticos erram é
porque, em grande parte, são estimulados para isso pela claque que vira as
costas para ele. Não justifica o mal feito, mas se não houver a devida
cobrança, o próprio sistema carcomido pelo desprezo à vontade popular faz por
onde o candidato, esquecer seu eleitorado.
Na próxima eleição municipal,
aquela de base local, pense estrategicamente no seu voto. É do pequeno
lugarejo, onde maioria se conhece, que se tece, pouco a pouco, a macro
política. Portanto, fazer uma boa escolha, já que o candidato está perto de
você, é um bom começo para se libertar das armadilhas da acomodação e do
descaso com a própria democracia.
Seu voto continua sendo a
melhor arma de mudança, principalmente se você se dedicar com mais afinco e
responsabilidade com o que é público. No final, o que deve prevalecer na sua
escolha - e em você mesmo - é o grau de espírito público que moverá mentes e
corações a construírem uma cidade melhor e, com isso, colaborar com a melhoria
do estado, país e do planeta.
Um abraço,
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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