Onde você estava quando a última pessoa te pediu ajuda?
Aliás,
dizendo melhor, o que você fez por esta pessoa?
Outra
pergunta pertinente: mesmo sabendo que alguém precisava de algo e não tenha te
pedido, o que você fez?
Estas
perguntas provocativas, meu caro, têm o objetivo de despertar a sua atenção e
sensibilidade para as oportunidades de ajuda ao irmão de caminho quando elas
aparecerem.
O
que podemos dizer, entre tantos argumentos, é que funciona como lei geral
aquela que nos foi ensinada na oração de São Francisco de Assis que nos lembra
que “é dando que se recebe”. Esta lei magnânima faz com que todos tomem
as devidas iniciativas do bem quando elas nos sejam apresentadas.
Tomar
a iniciativa de fazer o bem requer, porém, atenção e disposição para o exercício
do bem. Ora, se você está mais preocupado com você, com seus interesses, com
seus problemas, dificilmente você conseguirá enxergar a dor do seu vizinho.
O
que digo como predisposição para o bem é que você crie uma atenção concentrada
para ajudar o outro, que você desenvolva um foco natural em colaborar com toda
e qualquer pessoa que tenha algum tipo de necessidade em qualquer ocasião que
for.
-
Espere aí, Dom Hélder, o senhor quer que eu fique atento a tudo que passar por
mim no intuito de somente ajudar?
-
É isso mesmo que eu proponho, sem tirar nem por. Alerta total para o bem.
Atenção concentrada na solidariedade. Compartilhamento constante com a dor do
outro. Proponho que você seja absolutamente radical neste sentido.
-
Mas, Dom Hélder, eu não sou santo, não me venha pedir isto.
-
Nem eu, meu filho, nem eu. Mas o caminho da santidade, aquela santidade que
Deus deseja que nós alcancemos, passa exatamente por esta predisposição
permanente para o bem.
Estas
afirmações, enfáticas e eloquentes, representam um encorajamento para que você
definitivamente saia da sua lentidão e se aproxime com maior rapidez no outro,
no seu irmão, naquele que precisa de ajuda.
Se
não saímos de dentro de nós como poderemos alcançar a necessidade do outro?
Jesus,
nosso mestre do bem, fez isto. Onde havia oportunidade de ajudar, ajudava. De
amar, amava.
Eu
quero, tão somente, é que você se predisponha a querer ajudar. O passo seguinte
e os próximos acontecerão à medida que você tomar esta decisão.
Claro
que você não irá resolver os problemas do mundo, mas do mundo que estiver ao
seu alcance terá, no mínimo, a sua palavra de fé e esperança e seu gesto de
solidariedade. E quem sabe que, desse jeito, outros não serão estimulados a
também se exercitarem no bem?
Comece
por você e Deus naturalmente te mostrará os meios possíveis para colaborar com
teu irmão de caminho.
Paz
e bem!
Helder
Camara – Blog Novas Utopias
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