2.8.16

“... AO DARES UM BANQUETE...”

Falando aos discípulos, logo após ter entrado num sábado na casa de um dos principais fariseus para comer pão, Jesus foi incisivo: “Antes, ao dares um banquete convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos...”
O Mestre, ao que se percebe, indiretamente, recomendou que os hipócritas fossem deixados de lado, ou seja, não deveriam ser convidados à mesa.
Notemos, ainda, que o convite deveria ser direcionado aos reais necessitados, e não aos que aparentassem humildade, inclusive, fazendo constar de Sua lista proibitiva os amigos, os irmãos, os parentes, os vizinhos ricos...
Os convidados para o banquete, a fim de que não tivessem meios de retribuir – com lisonja, elogio barato, amizade interesseira, etc –, deveriam ser os pertencentes às classes menos privilegiadas em todos os aspectos.
Repetindo, ele não recomendou que os invejosos e os maledicentes, os que se julgam poderosos e os orgulhosos fossem chamados para banquetear-se conosco na intimidade de nossa casa.
Aliás, noutra passagem, a da Parábola da Festa de Núpcias, o rei, ao se deparar com um “penetra” na festa de casamento de seu filho, por ele não estar trajando a túnica nupcial, mandou que os seus servos simplesmente o colocassem para fora da cerimônia...
Tais conjeturas, com base nas severas advertências do Senhor, fazem-me lembrar de um episódio contado por Chico Xavier, quando, evidentemente, ele ainda se encontrava encarnado.
Desencarnara o presidente de certa Instituição Espírita. No passado, haviam eles mantido estreita relação de amizade, inclusive epistolar, até que, por questões que agora não nos compete mencionar, romperam com o seu relacionamento de vários lustros.
Desencarnado, logo após desembaraçar-se de seus comprometimentos cármicos mais imediatos, o referido presidente, viajando pelo Espaço, veio ter à cidade de Uberaba, profundamente arrependido de determinadas posturas adotadas por ele em relação ao médium e ao seu trabalho.
Queria conversar com Chico e pedir-lhe desculpas, ou, para falar mais claramente, perdão! Deixara que o cargo lhe subisse à cabeça, e embora os relevantes serviços prestados à Causa, colocara os pés pelas mãos. Agira de modo arbitrário e elitista.
Um dos espíritos colaboradores da equipe de Emmanuel, sempre de plantão na residência de Chico, informou-lhe que fulano de tal, que permanecia do lado de fora da casa, desejava entrevistar-se com ele.
A resposta do devotado médium, que, à época, houvera sido bastante menosprezado, não se fez esperar:
- Diga a ele que agora, infelizmente, não posso, e que eu só voltarei a conversar com ele no Mundo Espiritual!...
Embora todos os seus títulos, o presidente da renomada Instituição não seria admitido à ceia de luz, da qual, diariamente, na residência de Chico Xavier, os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos participavam sem nenhuma restrição.
Passados quase quinze anos da desencarnação de Chico, sinceramente, de minha parte, não sei se o nosso ilustre confrade, em espírito, já conseguiu se avistar com o nosso Codificador, que, como não poderia ser diferente, sempre andou com a sua agenda muito ocupada.
Diante do exposto, sinto informar que, embora sendo eu muito pobre para oferecer um banquete em minha residência, os hipócritas jamais se sentarão à minha mesa para comer arroz e feijão comigo.
Todavia, igualmente, informo que as portas de meu domicílio espiritual estarão sempre abertas aos amigos sinceros, que, desde já, sintam-se convidados para, um dia, se dignarem vir comer de meu pão em minha companhia e de meus bichanos.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

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