União na
Diversidade
Quando menino, lá no meu
Ceará, ouvia dizer que muita gente não iria para o céu se não aceitasse a Jesus
– e particularmente na sua igreja de preferência.
Ficava intrigado com tudo
aquilo. Como é que pode ser que alguém vá para o inferno simplesmente porque não
teve a oportunidade de conhecer a Cristo?
Eu encontrei Cristo, desde
cedo, na Igreja Católica Apostólica Romana. Foi a minha forma e os outros como
seriam?
Eu tive, posteriormente, a
sorte de conhecer outros padres de outras denominações cristãs, pastores
protestantes, espíritas e até amigos tive no seio da Umbanda. Todos eram meus
colegas e irmãos em Cristo e não conseguia conciliar porque teria que haver
disputas e ódios entre irmãos que, no fundo, desejavam o mesmo objetivo: ajudar
a todos a se encontrarem com Deus.
Foi aí que passei a ter uma
conduta mais ecumênica. A juntar todos, quando podia, em torno do Cristo. Ou de
Deus, como fosse.
Quando me juntava a eles,
por exemplo, num culto ecumênico, era de uma alegria tamanha tê-los ao meu lado
a compartilhar dos mesmos ensinamentos.
Achava que Cristo ficaria
com muito feliz vendo os seus irmãos juntos numa mesma
causa.
Tive que me conter, várias
vezes, para não passar a impressão de ser um bispo ecumênico por demais, afinal,
os meus pares defendiam certa homogeneização da fé
católica.
Esta alegria, meus caros,
aumentou depois que “morri”.
Tive a oportunidade no lado
de cá de me encontrar e trabalhar com diversos irmãos de caminho de outras
paragens religiosas. Aliás, o que menos se preocupa por aqui é com a denominação
a, b ou c. O que importa mesmo é o trabalho no bem.
Pois então, o que fiz e
faço nesta vida é me juntar com todos que querem fazer algo de melhor para a
humanidade. São belíssimos os encontros que já presenciei. E quando nos
encontramos com esta diversidade é que nos sentimos verdadeiramente mais filhos
de Deus.
A diversidade nos
completa.
Não ficamos a defender
princípios particulares, nem nos lembramos disto. O que fazemos é nos reunir em
torno de uma causa e debatermos qual a melhor alternativa de solução e como cada
um pode contribuir nesta direção.
Abraçamo-nos. Beijamo-nos.
Congratulamo-nos o tempo todo.
É maravilhoso este convívio
de irmãos e incentivamos que eles façam o mesmo aí entre
vocês.
Queremos ver irmãos
abraçando a mesma causa, independentemente das crenças
particulares.
Infelizmente, o
divisionismo ainda persiste no seio das igrejas cristãs, sobretudo naquelas que
não aprenderam ainda a conjugar o principal ensinamento do Cristo: “amai-vos uns
aos outros como eu vos amei”.
É isto o que humildemente
fazemos aqui e aí.
Depois que escrevi estes
livros, tenho sido convidado a participar, na contraparte espiritual do sistema,
a eventos ecumênicos e fraternos. Quando não, apareço, a convite,
em reuniões do
Candomblé , da Umbanda, do Evangelismo e de outras correntes de
pensamento. Tudo na mais absoluta tranquilidade e
conforto.
E continuarei esta
peregrinação com o Cristo ao meu lado, abrindo veredas para o amor entre os
homens.
Um
abraço,
Helder Câmara – Blog Novas
Utopias
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