29.5.16

Coragem para o Autoenfrentamento



A tarefa que nos incumbe os desígnios mais altos da evolução é que tenhamos a coragem do enfrentamento interior. Seria presunçoso da nossa parte, simplesmente por ter sido conhecido em épocas passadas, achar-me o maioral no mundo dos espíritos. Minha condição terrena era uma, é verdade, mas a minha condição atual, apesar dos avanços que tive, não chega jamais a ser comparada a um espírito de alta estirpe moral. Quando muito, um tarefeiro humilde de Jesus.
Esta condição é importante que seja dita porque aqueles que me veem nestas linhas podem achar que sou um espírito evoluído, de grande porte moral. Não sou. Obviamente, tenho as minhas qualidades, mas elas estão muito distantes daquilo que poderia se considerar de espírito evoluído.
Sou um pesquisador das coisas morais e tento, quanto posso, internalizá-las no meu íntimo. É um processo de coragem porque temos um grande inimigo a combater: nós mesmos.
Somos nós, invariavelmente, que impedimos a nossa própria evolução moral. Nossa coragem reside em podermos olharmo-nos frente a frente e disputarmos conosco mesmo a prevalência do bem em nós.
Esta luta íntima, meus caros, requer coragem porque teimamos costumeiramente em lidarmos com aquilo que nos apraz, isto é, aquilo que nos promove prazer e conforto interior. Desta forma, é melhor para nós preservarmos o que gostamos no deleite de nossos pensamentos e desejos e não ter que ser outra pessoa que, por enquanto, no máximo, apenas desejamos idealmente.
Vejo grandes figuras do passado por aqui. Todas elas, sem exceção, são batalhadores da melhoria íntima. Isto porque não residimos nos paramos existenciais. Moramos ainda em níveis próximos de vocês, estamos distantes dos cumes espirituais.
São figuras honrosas, intelectualizadas, abalizadas no saber, no entanto, como eu, guardam ainda grandes imperfeições a serem aprimoradas. Coragem, meus caros, é reconhecer-se numa condição ainda ínfima do ponto de vista moral e achar-se capaz de avançar um pouco mais.
São lutas diárias, permanentes. Embates, às vezes, enloquecedor, porque bate-nos a porta das nossas fibras morais que tanto reluzemos como benéficas, mas que, no fundo, não passam de exposições eloquentes do próprio ego.
Somos, portanto, ainda pertencedor de inúmeras imperfeições como o orgulho, o egoísmo, e tantas outras formas de mostrar-nos pequenos aos olhos do Senhor Jesus.
Onde milito, embora haja grande amplitude de crença filosófica e religiosa, temos uma preferência em especial pela figura de Jesus de Nazaré. Ele representa para nós um símbolo de perfeição a ser perseguido. Seus ensinos morais agregado a uma prática correta do proceder revela-se ele para nós como um verdadeiro mestre da conduta moral.
É assim que somos, meus caros, como um de vocês no lado de cá da vida tão somente.
Não nos honre com qualidades que ainda não as possuímos.
Não nos adorne com poder que ainda não temos.
Não nos presenteie com pensamentos que ainda não conseguimos produzir.
Em todo caso, vai este nosso depoimento que deve ajudar a ajuizar nas mentes e nos corações a vontade de ser melhor.
Coragem – é o que vos digo.
Determinação – é o que vos peço.
Amor – é o que vos desejo.
Do coração,
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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