A
tarefa que nos incumbe os desígnios mais altos da evolução é que tenhamos a
coragem do enfrentamento interior. Seria presunçoso da nossa parte,
simplesmente por ter sido conhecido em épocas passadas, achar-me o maioral no
mundo dos espíritos. Minha condição terrena era uma, é verdade, mas a minha
condição atual, apesar dos avanços que tive, não chega jamais a ser comparada a
um espírito de alta estirpe moral. Quando muito, um tarefeiro humilde de Jesus.
Esta
condição é importante que seja dita porque aqueles que me veem nestas linhas
podem achar que sou um espírito evoluído, de grande porte moral. Não sou.
Obviamente, tenho as minhas qualidades, mas elas estão muito distantes daquilo
que poderia se considerar de espírito evoluído.
Sou
um pesquisador das coisas morais e tento, quanto posso, internalizá-las no meu
íntimo. É um processo de coragem porque temos um grande inimigo a combater: nós
mesmos.
Somos
nós, invariavelmente, que impedimos a nossa própria evolução moral. Nossa
coragem reside em podermos olharmo-nos frente a frente e disputarmos conosco
mesmo a prevalência do bem em nós.
Esta
luta íntima, meus caros, requer coragem porque teimamos costumeiramente em
lidarmos com aquilo que nos apraz, isto é, aquilo que nos promove prazer e
conforto interior. Desta forma, é melhor para nós preservarmos o que gostamos
no deleite de nossos pensamentos e desejos e não ter que ser outra pessoa que,
por enquanto, no máximo, apenas desejamos idealmente.
Vejo
grandes figuras do passado por aqui. Todas elas, sem exceção, são batalhadores
da melhoria íntima. Isto porque não residimos nos paramos existenciais. Moramos
ainda em níveis próximos de vocês, estamos distantes dos cumes espirituais.
São
figuras honrosas, intelectualizadas, abalizadas no saber, no entanto, como eu,
guardam ainda grandes imperfeições a serem aprimoradas. Coragem, meus caros, é
reconhecer-se numa condição ainda ínfima do ponto de vista moral e achar-se
capaz de avançar um pouco mais.
São
lutas diárias, permanentes. Embates, às vezes, enloquecedor, porque bate-nos a
porta das nossas fibras morais que tanto reluzemos como benéficas, mas que, no
fundo, não passam de exposições eloquentes do próprio ego.
Somos,
portanto, ainda pertencedor de inúmeras imperfeições como o orgulho, o egoísmo,
e tantas outras formas de mostrar-nos pequenos aos olhos do Senhor Jesus.
Onde
milito, embora haja grande amplitude de crença filosófica e religiosa, temos
uma preferência em especial pela figura de Jesus de Nazaré. Ele representa para
nós um símbolo de perfeição a ser perseguido. Seus ensinos morais agregado a
uma prática correta do proceder revela-se ele para nós como um verdadeiro
mestre da conduta moral.
É
assim que somos, meus caros, como um de vocês no lado de cá da vida tão
somente.
Não
nos honre com qualidades que ainda não as possuímos.
Não
nos adorne com poder que ainda não temos.
Não
nos presenteie com pensamentos que ainda não conseguimos produzir.
Em
todo caso, vai este nosso depoimento que deve ajudar a ajuizar nas mentes e nos
corações a vontade de ser melhor.
Coragem
– é o que vos digo.
Determinação
– é o que vos peço.
Amor
– é o que vos desejo.
Do
coração,
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal
Nenhum comentário:
Postar um comentário