Brasília
ferve. De todos os lados chegam notícias alvissareiras de que um novo governo
se impõe e outro já gesta na República.
O
que fazer diante dos críticos e daqueles que acreditam ser uma ruptura legal
contra outros que defendem fielmente que a constituição foi desrespeitada?
Os
embates continuarão sejam quais forem os desígnios deste ambiente de grande
disputa pelo poder central.
Muitos
acreditam que o que está por vir seja melhor do que o que aí está. Na verdade,
os donos do poder atual mexeram com aquilo que de mais sagrado existe num povo:
a sua esperança.
Quando
um trabalhador do povo chegou ao poder supremo da nação imaginou-se que ele
carregaria em si o peso da responsabilidade em traduzir em ações de governo os
principais anseios populares. Houve avanços e isto é reconhecido por todos até
mesmo daqueles que lhe faziam oposição. Hoje, no entanto, a história é outra e
os mesmos que o acalantaram no passado são os primeiros a dar-lhe a chicotada
do ódio e do desprezo.
A
população assiste estupefata a tudo isso e deseja imediatamente melhoras. Já
não aguenta mais tanto desaforo dos políticos que deveriam defender os seus
interesses e, na verdade, defendem os próprios.
Os
crimes de corrupção são notórios e beira à calamidade moral de um povo. Como se
pode, ao longo de tantos anos, e de muitos governos, alimentarmos tão
grandemente este dragão infame?
Nossos
costumes morais foram abatidos, embora se falseie em dizer que isto é apenas o
mal de um governo só. O nosso País, o grande Brasil, é objeto da delapidação
privada há séculos e atualmente só se repete o mesmo catecismo de ontem.
O
que fazer senão proceder a grande varredura moral em nossos governos federal,
estadual e municipal. Se mais não fosse, que olhássemos ao menos daqui por
diante e evitássemos com leis e a sua rigorosa aplicação que novos desmandos
não fossem feitos.
O
que é urgente, meus senhores, é a reconstrução moral de um País. Este é o
desafio.
Mudar
mentes, mudar procedimentos, mudar atitudes.
Todos
estão acostumados em surrupiar um pedaço do Estado achando isto absolutamente
normal. Não é. Nunca foi. E nunca será.
Temos
todos, brasileiros nas duas faces da vida, que juntarmos as nossas mãos em
torno deste propósito maior: a moralização da vida pública brasileira.
Desculpe,
se em tantos textos que aqui escrevo, reporto-me sempre a mesma tecla. É que
não enxergo, nem os meus pares do lado de cá, outra saída honrosa e definitiva
para o nosso País.
Moralizar
costumes. Moralizar hábitos. Moralizar ações.
Sem
isto pouco avançaremos. Tudo continuará no mesmo lugar de antes.
Façamos
esta revolução por dentro, isto é, a começar por cada um de nós. Se eu tiver
moral e exercê-la na plenitude, um dia o País irá se moralizar. Se, porém,
continuarmos a acreditar que nada tem jeito, tudo ficará como está. Mudarão os
personagens, mas o enredo será exatamente o mesmo.
Moralizem
os espíritos para que as instituições sejam moralizadas.
Pelo
bem de todos nós.
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal
Nenhum comentário:
Postar um comentário