A grave questão dos
refugiados, que, sem dúvida, está a exigir imediata resposta dos países em
condições de acolhê-los, nos parece mais, neste início de primeiro século do
Terceiro Milênio, um teste aferidor para toda a
Humanidade...
Esse êxodo, que muito se
assemelha ao que ocorreu num dos orbes de Capela, na Constelação do Cocheiro,
dando origem à chamada Raça Adâmica, que se exilou na Terra, quanto ao do povo
judeu, na sua fuga do Egito, em busca da Canaã , é um momento
evolutivo extremamente delicado para os destinos
humanos.
Como será, afinal, que, na
decisão de seu futuro, que se apressa a chegar, o Velho Mundo agirá diante da
complexidade espiritual do problema que lhe bate às
portas?!
Será que a Alemanha, cuja
condição cármica, desde, principalmente, os horrores cometidos por ela durante a
Segunda Grande Guerra, ainda permanece pendente nos Fóruns Divinos, aproveitará
a ensancha para reparar os muitos erros cometidos, ou então, lamentavelmente, os
agravará, submetendo os refugiados a trabalho de natureza
escrava?!
Será que Inglaterra e
França, que, não faz muito, se envolveram numa carnificina que durou um século,
haverão de, verdadeiramente, se sensibilizarem diante desse caos social quase
sem precedentes na História, ou se limitarão, em palanques brilhantes, a
discursos humanitários vazios, disfarçando os preconceitos raciais pelos quais
ainda se norteiam?!
Será que, nas vizinhanças
da Síria, hoje sob o poder de sanguinário ditador, os países árabes em melhores
condições abrirão as suas fronteiras aos irmãos famintos e andrajosos, opondo-se
à ameaça que representa para a paz mundial o fanatismo do chamado Estado
Islâmico?!
Será que Israel, de tantas
tradições religiosas, que serviu de berço para o nosso Senhor e Mestre, logrará
superar-se em seu exclusivismo racial, demonstrando o que aprendeu com o
Holocausto?!
Será que os Estados Unidos
da América do Norte, que costumam fazer ingerências políticas no mundo inteiro,
visando, sobretudo, salvaguardar interesses que sempre lhes garantam supremacia
de ordem econômica, compreenderão a sua parcela de responsabilidade na morte por
afogamento do garoto sírio Aylan Kurdi, tornado símbolo dos milhares que, todos
os dias, estão perecendo nas águas frias do
Mediterrâneo?!
Será que Rússia e China,
com a sua psicologia de aves de rapina do organismo social, continuarão à
margem, tão somente à espreita do que lhes sobre do brutal ataque das hienas às
vítimas indefesas que estraçalham aos dentes?!
Será que o Brasil
corresponderá às expectativas espirituais que se concentram ao seu redor, e, de
fato, demonstre que está em condições de vir a ser o Coração do Mundo e a Pátria
do Evangelho para além das esperançosas páginas de um livro
maravilhoso?!
Enfim, a prova decisiva, a
ver se o homem é capaz de superar-se em seu secular egoísmo, fazendo tremular a
Bandeira da Fraternidade Universal, está, pelas Leis Divinas, sendo a ele
proposta neste momento, antes que a ação de uma dor coletiva o constranja à
tomada de atitudes que se recusa a tomar em nome dos mais comezinhos princípios
humanitários.
Esquecem-se, quase todos,
que, mais cedo ou tarde, na condição de refugiados da carne, haverão de
demandarem os mais diferentes sítios nos Planos Espirituais adjacentes, onde,
inegavelmente, encontrarão portas abertas ou cerradas conforme eles as
mantiveram cerradas ou abertas às necessidades do
próximo.
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 21 de
setembro de 2015.
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