22.9.15

REFUGIADOS – TESTE AFERIDOR

A grave questão dos refugiados, que, sem dúvida, está a exigir imediata resposta dos países em condições de acolhê-los, nos parece mais, neste início de primeiro século do Terceiro Milênio, um teste aferidor para toda a Humanidade...
Esse êxodo, que muito se assemelha ao que ocorreu num dos orbes de Capela, na Constelação do Cocheiro, dando origem à chamada Raça Adâmica, que se exilou na Terra, quanto ao do povo judeu, na sua fuga do Egito, em busca da Canaã, é um momento evolutivo extremamente delicado para os destinos humanos.
Como será, afinal, que, na decisão de seu futuro, que se apressa a chegar, o Velho Mundo agirá diante da complexidade espiritual do problema que lhe bate às portas?!
Será que a Alemanha, cuja condição cármica, desde, principalmente, os horrores cometidos por ela durante a Segunda Grande Guerra, ainda permanece pendente nos Fóruns Divinos, aproveitará a ensancha para reparar os muitos erros cometidos, ou então, lamentavelmente, os agravará, submetendo os refugiados a trabalho de natureza escrava?!
Será que Inglaterra e França, que, não faz muito, se envolveram numa carnificina que durou um século, haverão de, verdadeiramente, se sensibilizarem diante desse caos social quase sem precedentes na História, ou se limitarão, em palanques brilhantes, a discursos humanitários vazios, disfarçando os preconceitos raciais pelos quais ainda se norteiam?!
Será que, nas vizinhanças da Síria, hoje sob o poder de sanguinário ditador, os países árabes em melhores condições abrirão as suas fronteiras aos irmãos famintos e andrajosos, opondo-se à ameaça que representa para a paz mundial o fanatismo do chamado Estado Islâmico?!
Será que Israel, de tantas tradições religiosas, que serviu de berço para o nosso Senhor e Mestre, logrará superar-se em seu exclusivismo racial, demonstrando o que aprendeu com o Holocausto?!
Será que os Estados Unidos da América do Norte, que costumam fazer ingerências políticas no mundo inteiro, visando, sobretudo, salvaguardar interesses que sempre lhes garantam supremacia de ordem econômica, compreenderão a sua parcela de responsabilidade na morte por afogamento do garoto sírio Aylan Kurdi, tornado símbolo dos milhares que, todos os dias, estão perecendo nas águas frias do Mediterrâneo?!
Será que Rússia e China, com a sua psicologia de aves de rapina do organismo social, continuarão à margem, tão somente à espreita do que lhes sobre do brutal ataque das hienas às vítimas indefesas que estraçalham aos dentes?!
Será que o Brasil corresponderá às expectativas espirituais que se concentram ao seu redor, e, de fato, demonstre que está em condições de vir a ser o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho para além das esperançosas páginas de um livro maravilhoso?!
Enfim, a prova decisiva, a ver se o homem é capaz de superar-se em seu secular egoísmo, fazendo tremular a Bandeira da Fraternidade Universal, está, pelas Leis Divinas, sendo a ele proposta neste momento, antes que a ação de uma dor coletiva o constranja à tomada de atitudes que se recusa a tomar em nome dos mais comezinhos princípios humanitários.
Esquecem-se, quase todos, que, mais cedo ou tarde, na condição de refugiados da carne, haverão de demandarem os mais diferentes sítios nos Planos Espirituais adjacentes, onde, inegavelmente, encontrarão portas abertas ou cerradas conforme eles as mantiveram cerradas ou abertas às necessidades do próximo.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 21 de setembro de 2015.

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