Ao pensar na vida,
chega-me à mente muitas recordações e sou todo ouvidos a
elas.
A minha estada na Terra,
em corpo físico, foi muito fecunda. Deus me deu a possibilidade de servi-Lo,
servindo aos nossos irmãos de caminho.
Sou ainda muito pobre de
espírito, mas a minha intenção sincera de servir me deu condições graduais de
superação. Cada dia para mim era um desafio. Primeiramente na minha querida
cidade natal e depois quando fui ao Rio de Janeiro. Lá, descobri mais fortemente
a minha vocação sacerdotal. Digo o porquê.
Ao chegar ao Rio de
Janeiro, deparei-me com uma realidade em tudo parecida com a do meu Ceará. Lá,
porém, encontrei guarida para os projetos que empreendi. Dava uma ideia e
verificava que ela encontrava ressonância entre muitos. Foi aí então que pude
ver que minhas orações foram atendidas por Deus.
Gostava do que fazia, mas
queria mais. Queria a oportunidade de servir ao Pai, servindo aos nossos irmãos
de caminho, então ele me deu as favelas para trabalhar, o povo pobre para me
debruçar, deu-me trabalho, mas deu-me também esperanças. E foram estas
esperanças que me proporcionaram, dia após dia, a possibilidade de me aproximar
Dele.
Quando sai do meu Rio de
Janeiro, coração em pedaços, pois é notório para todos que ali meu coração
ganhou uma enorme paixão, não sabia que encontraria em terras pernambucanas
braços abertos a me esperar e com desafios ainda
maiores.
Deus, porém, sabe o que
faz e confiante no seu poder na minha vida, fui ao encontro do povo e das suas
necessidades.
Hoje, estou no mundo
espiritual a contar estas histórias. Minha possibilidade de servir ao Pai ganhou
outro significado e ainda mais ampliado daquele que tinha na
Terra.
Aqui, meus queridos
irmãos, posso servir aos dois lados da vida. Sou consciente hoje do quanto a
vida espiritual é importante. Tenho noção clara dos desafios que ainda
enfrentarei, mas o “campo de batalha” é outro e mais extenso. Daqui vejo muitas
coisas que não conseguiria jamais enxergar estando apenas com os olhos
físicos.
Procurei, desde o primeiro
instante no mundo espiritual, aprender o seu funcionamento. As coisas aqui,
embora parecidíssimas com as do mundo físico, a ponto de se confundir se
realmente estamos mortos ou vivemos apenas noutro lugar entre vós, guardam
imensa proporção de diferenças quando adentramos em outros lugares do
existir.
É esta penetração nos
ambientes de fogo e fel que desejo, gradativamente, com a autorização dos meus
maiores espirituais, revelar a cada um de vocês pela mediunidade
santa.
São lugares terríveis. São
histórias agonizantes. São testemunhos profundos. São fatos que
chocam.
Minha trajetória,
portanto, de serviço ao Pai continua. Muda apenas de lugar, mas ela é a mesma em
essência.
Vivo todos os dias numa
imensa alegria. Seja por servir à causa do Pai, seja pela oportunidade contínua
do aprendizado com Jesus.
O mundo espiritual possui
nuanças inimagináveis para muitos de vocês que ainda vivem focados tão somente
no dia a dia físico e não conseguem vislumbrar o tamanho que é a realidade do
espírito.
Abrir a mente para o novo
será condição sine qua non para os meus leitores habituais. Aos irmãos espíritas
que por ventura acompanham os meus escritos, por aqui e pelos livros, nem tanto,
porque estão acostumados com as notícias da vida
espiritual.
Entretanto, colocarei, se
possível for, a minha assinatura em textos que já penso em produzir que
certamente dirão: o padre Hélder enlouqueceu de
vez.
Ora, se muitos dos meus
sequer acreditam que escrevo pelos médiuns, acreditar no que direi será mais que
uma blasfêmia, será considerado um completo
delírio.
Meus pares espirituais
sabem da responsabilidade que é descrever o mundo que vivemos. Necessitamos, no
entanto, trabalhar para acabar de vez com a ilusão do que acontece depois da
morte.
Sou um depoimento vivo da
intransigência em admitir que tudo se acaba ou que viveremos apenas para a
contemplação divina. Nada disso. As portas se abrem e nós, trabalhadores do
Cristo, devemos entrar e fazer a nossa parte.
Deus no
abençoe!
Helder
Camara
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