OS BAJULADORES
No Dicionário, a palavra “bajulador” está definida por
quem “louva e exagera os méritos de alguém com fins
interesseiros”...
Lamentavelmente, no Movimento Espírita, tais companheiros
que, moralmente, assim se prostituem, também existem.
Aparentando
manifestações de legítima fraternidade, abraçam e tecem elogios a esse ou àquele
orador ou médium, escritor ou dirigente, com a finalidade de exaltarem para
serem exaltados.
Quase sempre, porém, a sua relação de amizade com os outros
é superficial, e, portanto, mentirosa, de vez que não alicerçada na sinceridade
dos sentimentos.
Tal comportamento é muito comum nos Congressos e Simpósios,
Seminários e Encontros, onde acontece a permuta de louvaminhas entre os
considerados expoentes da Doutrina.
Tapinha nas costas aqui, ósculo na mão
ali...
Adulação aos que ocupam cargos diretivos...
Subserviência aos
chamados “medalhões”...
Quase sempre, nestes Conclaves, o que se observa é a
fogueira das vaidades, com as suas altas labaredas, reduzindo a cinzas a
mensagem da Doutrina que se pretende difundir!
De muitos desses oradores e
médiuns, porém, só consegue se aproximar quem tenha um livro na mão para ser
autografado – caso contrário, permanecem eles reclusos nas salas “Vip”, isolados
das pessoas, e igualmente dos Bons Espíritos, que não compactuam com essas
atitudes hipócritas.
E o povo?! Ora, o povo foi feito para ouvi-los e
aplaudi-los – para aferir a qualidade da participação de alguém, logo
introduzirão um “palmômetro” –, porque, nestes Congressos, dá-se mais
importância aos aplausos destinados a esse ou àquele, que aos esclarecimentos
que aquele ou esse esteja se esforçando para efetuar, com o real propósito de
libertar consciências, e não de prosseguir escravizando-as.
Certa vez, ao
adentrar o recinto do “Grupo Espírita da Prece”, sendo, espontaneamente
aplaudido pelos presentes, Chico virou-se para um amigo e disse: - Estão batendo
palmas para um morto!...
Esse tráfico de influências existente no Movimento
precisa acabar! Seria, pois, interessante que, nestes Congressos, sempre se
convidasse uma pessoa que realmente trabalha pela Causa, a fim de que ela possa
dar o seu depoimento de vida – de vida!!!
No entanto, os que labutam,
diuturnamente, nos Centros Espíritas da periferia são esquecidos – os médiuns
passistas são esquecidos, os “sopeiros” são esquecidos, os autores dos
verdadeiros best-sellers nunca editados, pois que escritos com as tintas
invisíveis de seus exemplos, são esquecidos...
Sei não! A coisa aí embaixo é
com vocês...
Mas, sinceramente, para mim, está tudo errado – ou, para
aliviar, quase tudo errado!
Graças a Deus, cedo aprendi que preciso levar
pedradas – elas me defendem de mim mesmo –, porque o veneno das palavras
melífluas e mentirosas, quando entra na alma da gente só a deixa depois de fazer
um estrago danado!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 29 de julho de 2013.
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