1.8.13

OS BAJULADORES

No Dicionário, a palavra “bajulador” está definida por quem “louva e exagera os méritos de alguém com fins interesseiros”...
Lamentavelmente, no Movimento Espírita, tais companheiros que, moralmente, assim se prostituem, também existem.
Aparentando manifestações de legítima fraternidade, abraçam e tecem elogios a esse ou àquele orador ou médium, escritor ou dirigente, com a finalidade de exaltarem para serem exaltados.
Quase sempre, porém, a sua relação de amizade com os outros é superficial, e, portanto, mentirosa, de vez que não alicerçada na sinceridade dos sentimentos.
Tal comportamento é muito comum nos Congressos e Simpósios, Seminários e Encontros, onde acontece a permuta de louvaminhas entre os considerados expoentes da Doutrina.
Tapinha nas costas aqui, ósculo na mão ali...
Adulação aos que ocupam cargos diretivos...
Subserviência aos chamados “medalhões”...
Quase sempre, nestes Conclaves, o que se observa é a fogueira das vaidades, com as suas altas labaredas, reduzindo a cinzas a mensagem da Doutrina que se pretende difundir!
De muitos desses oradores e médiuns, porém, só consegue se aproximar quem tenha um livro na mão para ser autografado – caso contrário, permanecem eles reclusos nas salas “Vip”, isolados das pessoas, e igualmente dos Bons Espíritos, que não compactuam com essas atitudes hipócritas.
E o povo?! Ora, o povo foi feito para ouvi-los e aplaudi-los – para aferir a qualidade da participação de alguém, logo introduzirão um “palmômetro” –, porque, nestes Congressos, dá-se mais importância aos aplausos destinados a esse ou àquele, que aos esclarecimentos que aquele ou esse esteja se esforçando para efetuar, com o real propósito de libertar consciências, e não de prosseguir escravizando-as.
Certa vez, ao adentrar o recinto do “Grupo Espírita da Prece”, sendo, espontaneamente aplaudido pelos presentes, Chico virou-se para um amigo e disse: - Estão batendo palmas para um morto!...
Esse tráfico de influências existente no Movimento precisa acabar! Seria, pois, interessante que, nestes Congressos, sempre se convidasse uma pessoa que realmente trabalha pela Causa, a fim de que ela possa dar o seu depoimento de vida – de vida!!!
No entanto, os que labutam, diuturnamente, nos Centros Espíritas da periferia são esquecidos – os médiuns passistas são esquecidos, os “sopeiros” são esquecidos, os autores dos verdadeiros best-sellers nunca editados, pois que escritos com as tintas invisíveis de seus exemplos, são esquecidos...
Sei não! A coisa aí embaixo é com vocês...
Mas, sinceramente, para mim, está tudo errado – ou, para aliviar, quase tudo errado!
Graças a Deus, cedo aprendi que preciso levar pedradas – elas me defendem de mim mesmo –, porque o veneno das palavras melífluas e mentirosas, quando entra na alma da gente só a deixa depois de fazer um estrago danado!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 29 de julho de 2013.

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