LIBERTEMOS A DOUTRINA!
Libertemos a Doutrina do
engessamento que os seus equivocados adeptos, amantes do poder, estão tentando
lhe impor!
A começar pelos Centros Espíritas aos Órgãos Unificadores, o
Espiritismo, para não repetir a trajetória do Cristianismo, descaracterizado em
Catolicismo, carece de continuar livre, tal qual foi Codificado por Allan
Kardec.
Nele não existe, e nunca deve existir, autoridade religiosa
constituída, seja por médiuns ou por dirigentes, que, direta ou indiretamente,
evocam para si semelhante condição.
Estamos carecendo de que, nas Casas
Espíritas, impere maior fraternidade – legítima, e não aparente! –, maior
integração de seus dirigentes com os frequentadores, que, em absoluto, não devem
submetê-los às suas ideias e pontos de vista pessoais.
Muitos dirigentes
espíritas, autoritários e moralistas, estão conduzindo as suas Instituições com
mão de ferro, sem a necessária sensibilidade oriunda do Evangelho para promover
o crescimento espiritual do grupo que eles integram.
Conheço dirigentes que,
a pretexto de salvaguardar os interesses da Doutrina (os interesses são os
deles!), não hesitam em colocar colaboradores para fora, chegando a expulsá-los
do Centro.
Raros são os dirigentes que procuram dar exemplos, misturando-se
com o grupo nas atividades assistenciais – eles se julgam dispensados de
praticar a Caridade! Não mais participam da Campanha do Quilo, não mais auxiliam
na confecção da Sopa, não mais se devotam à singela tarefa do Passe, não mais
visitam os doentes – transformaram-se em teóricos do Espiritismo, ocupando a
tribuna para satisfazer a sua vaidade e personalismo!
O espírita verdadeiro
não manda fazer – faz!
O espírita que professa a sua fé com sinceridade tem
menos “O Livro dos Espíritos” na cabeça, e mais “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” no coração!
O espírita consciente sabe que, em verdade, a sua
maior necessidade é de renovação íntima – a sua, e não a dos outros!
Estes
nossos irmãos, cujo passado fala excessivamente alto no presente, estão causando
sérios prejuízos à Doutrina, porque, sem perceberem, atuam como médiuns das
Trevas, reduzindo a Doutrina a mais uma religião, neste festival de religiões
que conspiram contra a libertação espiritual da criatura encarnada, porque,
desde muito, a religião, que foi feita para libertar o pensamento, é o que mais
o tem escravizado!
Por ele ser dirigente, não dê valor ao dirigente espírita
– dê valor a Doutrina! E valorize o dirigente apenas na condição de um irmão que
deve se sentir onerado pela responsabilidade que assumiu.
Por ele ser médium,
não dê valor ao médium espírita – dê valor à Mediunidade! E valorize o médium
somente na condição de um confrade que deve trabalhar duro para ressarcir
pesados débitos do pretérito.
O Movimento Espírita, infelizmente, está
repleto de vendilhões! O Espiritismo, para muitos, virou comércio, virou meio de
vida, virou profissão – quem não está atrás de dinheiro, está atrás de
satisfazer a sua vaidade!
Procurem frequentar os Centros Espíritas mais
humildes, localizados nas periferias, nos quais, por vezes, não tem quem faça a
leitura de uma simples página de “O Evangelho”, e, de preferência, passem longe
de qualquer Órgão que esteja fomentando o elitismo em nosso Movimento.
Eu
identifico um espírita da gema quando lhe observo as atitudes, e não quando lhe
ouço as palavras!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 19 de agosto de
2013
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