VIDA SOCIAL DOS DESENCARNADOS
No
Plano Espiritual imediato à experiência física, as sociedades humanas
desencarnadas, em quase dois terços, permanecem naturalmente jungidas, de alguma
sorte, aos interesses terrenos. Egressas do próprio mundo em que se lhes tramam
os elos da retaguarda, quando não se desvairam nas faixas infernais, igualmente
imanizados ao Planeta de que se originam, trabalham com ardor, não só pelo
próprio adiantamento, como também no auxílio aos que ficaram. Naturalmente, as
almas que constituem a percentagem a que nos referimos, distanciadas ainda do
aprimoramento ideal, procuram aperfeiçoar em si mesmas as qualidades nobres
menos desenvolvidas, buscando clima adequado que lhes favoreça o trabalho.
Certas de que voltarão à Terra para a solução dos problemas que lhes enevoam ou
afligem o campo íntimo, situam-se em tarefas obscuras, junto dos semelhantes,
encarnados ou desencarnados, quando se reconhecem vitimadas pela vaidade ou pelo
orgulho que ainda lhes medram no seio, e localizam-se em aprendizados valiosos
da inteligência, em se vendo inábeis para os serviços especializados do
pensamento, não obstante os talentos sentimentais que já entesourem consigo.
Quase todas, no entanto, obedecem aos ditames do amor ou do ideal que lhes
inspiram a consciência. Aglutinam-se em verdadeiras cidades e vilarejos, com
estilos variados, como acontece aos burgos terrestres, característicos da
metrópole ou do campo, edificando largos empreendimentos de educação e
progresso, em favor de si mesmos e a benefício dos outros. As regiões purgativas
ou simplesmente infernais são por elas amparadas, quanto possível,
organizando-se aí, sob o seu patrocínio, extensa obra assistencial. No plano
físico, a equipe doméstica atende à consanguinidade em que o vínculo é
obrigatório, mas, no plano extrafísico, o grupo familiar obedece à afinidade em
que o liame é espontâneo. Por isso, na esfera seguinte à condição humana, temos
o espaço das nações, com as suas comunidades, idiomas, experiências e
inclinações, inclusive organizações religiosas típicas, junto das quais
funcionam missionários de libertação mental, operando com caridade e discrição
para que as ideias renovadoras se expandam sem dilaceração e sem choque. Com
esses dois terços de criaturas ainda ligadas, desse ou daquele modo, aos núcleos
terrenos, encontramos um terço de Espíritos relativamente enobrecidos que se
transformam em condutores da marcha ascensional dos companheiros, pelos méritos
com que se fazem segura instrumentação das Esferas Superiores.
Livro: Evolução em dois Mundos - Francisco C
Xavier e Waldo Vieira - Andre Luiz
Nenhum comentário:
Postar um comentário