4.6.12

A VIDA CONTINUA


A vida, meus irmãos, possui muitas faces. Cada uma delas representa um pedacinho de nós. Quem disse que nós somos um só? Há uma complexidade em cada um de nós. Como entender o ser humano senão percebendo-o como esta imensidão de seres num só? Tenho a impressão que somos tantos que, às vezes, esquecemos realmente quem somos agora. Esta confusão mental – ou esta imensidão de seres – é proveniente das nossas varias encarnações. Isto hoje eu posso falar. Aprendi, do lado de cá da vida, que isto é inevitável. Guardei tais considerações, por muito tempo, porque não me convinha ficar falando aquilo que meus irmãos de Igreja não conseguiriam explicar ou aceitar, mas hoje, absorto das questões teológicas fundamentais da Igreja, tenho que me render aos fatos.
É difícil para mim, depois de tanto tempo batendo numa mesma tecla, ter que me reciclar e adotar outra postura de pensamento. Não é fácil, mas tenho que fazer. A reencarnação existe e faz parte da lei natural as coisas. Sei que com este meu depoimento, assim tão veemente, assustarei a tantos que me acompanham nestas linhas, mas o que fazer, meus irmãos, diante da realidade?
O que percebo, mais e mais, é que esta ida e vinda de meus irmãos é constante do lado de cá da vida. Uns chegam, outros vão, é o que constato. Posso estar errado? Posso, mas é improvável. Sei que a nossa Igreja Católica não vai aceitar estas minhas palavras, dirão até que é coisa da cabeça do médium, mas não é, é coisa minha mesmo que relutei, o quanto pude, de me expressar, mas chega um dia que não poderia mais calar. E repito o quanto isto é difícil para mim. Sei das desventuras que terei com estas declarações que mudam radicalmente o modo de ver das coisas que preguei – e prego – mas que faz parte do meu crescimento espiritual e quando há fatos não outros argumentos a defender.
Se me expressei com demasiada cautela, noutras vezes, é porque tinha a sensação que isto era necessário nos meus primeiros escritos, agora não, quem vem me acompanhando por estas linhas da internet, está acostumado com os meus desabafos, minhas conjecturas e, portanto, sabe da veracidade daquilo que eu digo. Terei que suportar as críticas daqui por diante, mas o que fazer senão contemplar-me com a verdade mais nítida que vejo nos meus olhos espirituais.
A Igreja Católica, que sempre pertenci nos meus longevos últimos anos, não admite a crença reencarnacionista. Na verdade, tudo gira em torno de outras crenças, sobretudo da ressurreição dos mortos, e este raciocínio que agora apresento muda na sua totalidade o modo de ver da vida.
Quero pedir desculpas aos que possivelmente se decepcionarão que este velho, mas há um dia, meus irmãos, que não podemos ficar calados diante dos fatos porque eles gritam de tão eloquentes e sua oportunidade de revelação já nos escapa as mãos que não temos outra opção senão aderir.
Solicito a todos a compreensão de tais revelações, mas tive a autorização de meus superiores neste sentido. É um peso que carregarei com mais intensidade neste meu trabalho de palpites do mundo espiritual que assumi, mas o simples fato de já psicografar – e mais ainda por um médium espírita – iria ter que acelerar, mais cedo ou mais tarde, esta declaração.
Que Jesus saiba conduzir bem estas minhas palavras que vêem reafirmar, de maneira perfeita, a nossa vida eterna que sempre pregamos.
Que Deus nos abençoe,
Helder Câmara

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