Questão 163 do Livro dos Espíritos
ESTADO DA ALMA DEPOIS DA
MORTE
Depois que se processa o fenômeno da morte, é quase comum, por
falta de elevação da alma, que ela entre em estado de perturbação espiritual. Os
seus sentidos adormecem, é como se ela mergulhasse no sono. No entanto, ela
ainda continua ligada ao corpo pelo chamado cordão fluídico, conhecido pelos
estudiosos da Doutrina Espírita e por vários outros espiritualistas. Esse laço
se desata com o tempo, que varia de alma para alma.
A libertação do espírito
dos liames da carne depende da sua condição moral. Há casos, muito raros, em
que, imediatamente após a morte de corpo, o espírito se liberta sem perda da
consciência, assim como, há outros, em que a alma só se livra dos laços, quando
o próprio fardo já não existe mais. Ela vive na ilusão, envolvida pela
ignorância.
O mais comum é a alma passar algum tempo em estado de
perturbação espiritual, recuperando sua consciência no correr do tempo. Depois,
se for o caso, quando já estiver madura para receber novas semeaduras da
verdade, é conduzida a regiões de aprimoramento, de aprendizado espiritual, para
novas investidas na carne, de onde saiu com alguns resultados.
A
reencarnação é uma verdade em todos os mundos habitados. Ela é, pois, um
processo criado por Deus, para o despertamento do espírito em evolução. Quem já
compreende a necessidade da reencarnação, dará um passo largo nos conhecimentos
da lei de justiça e de amor.
Muitos espíritos dormem, sonhando depois do
desencarne, por faltar-lhes conhecimentos suficientes, de modo a mover-se a
consciência no conhecimento da verdade. Outros ficam onde se processou seu
desenlace, por tempo indeterminado e dali, por vezes, saem para outras etapas de
vida, sem reconhecer onde estiveram. Essa é que é a verdadeira morte; é a
inconsciência da vida. Porém, a força do tempo e o amor de Deus, pelas mãos do
Cristo, farão o espírito acordar na carne ou fora dela, para a luz do
entendimento.
É essa uma das missões do Evangelho de Jesus: fazer ressurgir
quem estava morto, vestir os nus espirituais e saciar a fome de amor dos que
choram e sofrem as agressões da própria consciência. A humanidade quase toda
passa por essa fase de perturbação espiritual, mesmo animando corpos saudáveis.
No entanto, a ignorância das leis de Deus fê-los mortos de entendimento, sem se
preocuparem para onde vão, nem de onde vieram. Aos espíritas, a quem falamos
mais diretamente, por serem esses os que nos ouvem com mais atenção, que se
preparem no percurso da vida na Terra, lembrando-se de que fora da caridade, não
há salvação.
Estuda e ora, trabalha e medita, e procura o aprimoramento das
tuas faculdades espirituais, a fim de que, no momento da chamada morte, não
"morras", passando para a vida espiritual em plena consciência, para que nós,
que estaremos te esperando, sintamos alegria com o esforço do trabalhador que
conseguiu vencer a morte e ganhar a vida na sua plenitude.
Livro:
Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez
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