20.6.12


Questão 164 do Livro dos Espíritos
 LIBERTAÇÃO DA ALMA

 A separação da alma do corpo, quando nesse se extingue a força vital, nunca ocorre da mesma maneira. A diversidade é infinita, do mesmo modo que as folhas das árvores não são iguais nos seus detalhes. Cada desencarnação tem suas nuances próprias. Como já foi dito, há espíritos que levam minutos afrouxando e desatando os laços que os prendem ao corpo, e outros que levam até séculos, ficando ligados aos ossos, permanecendo na ilusão de que ainda estão vivos no corpo físico.
 Podemos mostrar, como exemplos, os grandes missionários do Cristo que, mesmo reencamados, já vivem em espírito e não têm dificuldade alguma em se separarem do fardo corporal para entrarem na vida espiritual, por já viverem nela. Quase sempre, eles mesmos desatam seus próprios laços, atados por eles mesmos, ao ingressarem na carne.
 A separação é de conformidade com a pureza da alma; gasta mais ou menos tempo, e a redução do tempo está, por assim dizer, nas próprias mãos de cada um. É conquista da alma. A Doutrina dos Espíritos, desde os seus primórdios, sob a orientação dos espíritos superiores, vem cooperando para que os homens despertem, no sentido de trabalharem no auto-aprimoramento, e ganharem essa bênção da consciência imediata ao atravessar o túmulo. Quem deseja ficar na perturbação espiritual? Todos buscam a libertação, mas, poucos sabem procurá-la pelos caminhos certos.
 A vida é uma eterna escola, para educar sempre pelos métodos que Deus determinou, em variados cambiantes das leis espirituais. Também não há pressa para o cumprimento das leis; sabe Deus da sua seqüência sem interrupção e abençoa sempre, amando tudo e a todos com o mesmo calor.
 Concitamos os homens que aprendam a orar, que não esqueçam do autoaprimoramento, que lutem todos os dias para viverem bem com o próximo, de sorte a ganhar consciência da vida, e ganhar vida na consciência. "O Livro dos Espíritos", no qual estamos nos inspirando para conversar com os homens, deve ser lido e meditado, pois ele é fonte de muitas instruções, revelando leis que estavam encobertas e que têm o poder de nos livrar dos embaraços aos quais a ignorância nos prende.
 Se ainda não começaste a pensar sobre a tua vida e sobre como viver melhor, começa agora, que chegarás à conclusão de que deves viver em conjunto e em paz com todos, trabalhando e ajudando onde quer que seja, porque toda luz nasce no seio de todos os esforços que se reúnem.
 A morte do corpo, todos já bem o sabem, é fato natural, mas, nunca é aceita como tal, por se esquecer de estudar esse fenômeno à luz do coração. Sempre se deixa para depois, e o tempo vai passando, levando a própria felicidade de cada um. Eis que chegou o momento desse estudo transcendental, de estudar aquilo que chamam de morte, para que se possa descobrir a vida eterna que acena para todos, das profundezas do universo, pelas mãos luminosas de Deus.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

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