Questão 164 do Livro dos Espíritos
LIBERTAÇÃO DA ALMA
A separação da
alma do corpo, quando nesse se extingue a força vital, nunca ocorre da mesma
maneira. A diversidade é infinita, do mesmo modo que as folhas das árvores não
são iguais nos seus detalhes. Cada desencarnação tem suas nuances próprias. Como
já foi dito, há espíritos que levam minutos afrouxando e desatando os laços que
os prendem ao corpo, e outros que levam até séculos, ficando ligados aos ossos,
permanecendo na ilusão de que ainda estão vivos no corpo físico.
Podemos
mostrar, como exemplos, os grandes missionários do Cristo que, mesmo
reencamados, já vivem em espírito e não têm dificuldade alguma em se separarem
do fardo corporal para entrarem na vida espiritual, por já viverem nela. Quase
sempre, eles mesmos desatam seus próprios laços, atados por eles mesmos, ao
ingressarem na carne.
A separação é de conformidade com a pureza da alma;
gasta mais ou menos tempo, e a redução do tempo está, por assim dizer, nas
próprias mãos de cada um. É conquista da alma. A Doutrina dos Espíritos, desde
os seus primórdios, sob a orientação dos espíritos superiores, vem cooperando
para que os homens despertem, no sentido de trabalharem no auto-aprimoramento, e
ganharem essa bênção da consciência imediata ao atravessar o túmulo. Quem deseja
ficar na perturbação espiritual? Todos buscam a libertação, mas, poucos sabem
procurá-la pelos caminhos certos.
A vida é uma eterna escola, para educar
sempre pelos métodos que Deus determinou, em variados cambiantes das leis
espirituais. Também não há pressa para o cumprimento das leis; sabe Deus da sua
seqüência sem interrupção e abençoa sempre, amando tudo e a todos com o mesmo
calor.
Concitamos os homens que aprendam a orar, que não esqueçam do
autoaprimoramento, que lutem todos os dias para viverem bem com o próximo, de
sorte a ganhar consciência da vida, e ganhar vida na consciência. "O Livro dos
Espíritos", no qual estamos nos inspirando para conversar com os homens, deve
ser lido e meditado, pois ele é fonte de muitas instruções, revelando leis que
estavam encobertas e que têm o poder de nos livrar dos embaraços aos quais a
ignorância nos prende.
Se ainda não começaste a pensar sobre a tua vida e
sobre como viver melhor, começa agora, que chegarás à conclusão de que deves
viver em conjunto e em paz com todos, trabalhando e ajudando onde quer que seja,
porque toda luz nasce no seio de todos os esforços que se reúnem.
A morte do
corpo, todos já bem o sabem, é fato natural, mas, nunca é aceita como tal, por
se esquecer de estudar esse fenômeno à luz do coração. Sempre se deixa para
depois, e o tempo vai passando, levando a própria felicidade de cada um. Eis que
chegou o momento desse estudo transcendental, de estudar aquilo que chamam de
morte, para que se possa descobrir a vida eterna que acena para todos, das
profundezas do universo, pelas mãos luminosas de Deus.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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