VENENO
Reunião pública de 4-5-59
Questão nº. 938
Corrosivo no coração, a
surgir do conúbio entre a revolta e o desânimo, tisna o manancial da
emotividade e sobe à cabeça em forma de nuvem. E, chegado ao cérebro,
transfigura o pensamento em plasma sutil de lodo, conturbando a visão que se
envolve em clamoroso desequilíbrio.
A vítima, desse modo, não
mais enxerga o bem que o Céu espalha em tudo, para ver simplesmente o mal que
traz consigo, e imagina, apressada, espinheiros e pântanos onde há flores e
bênçãos, mentalizando o crime onde brilha a virtude. Em funesto delírio, chega
a lançar de si escárnio e vilipêndio à própria Natureza que revela a Bondade
Infinita de Deus.
Mas o agente sombrio não
descansa nos olhos, porque invade os ouvidos, procurando a maldade nas palavras
do amor, e descendo, letal, para a zona da língua, converte a boca em fossa de
azedia e amargura, concitando os ouvintes do império da sombra, como se
pretendesse escurecer o Sol e enlutar as estrelas.
Desde então, julga achar em
toda criatura expoente do vício, aceitando a suspeita em lugar da esperança e
exaltando a mentira, com que faz de si mesma um campo deplorável de aspereza e
loucura.
Paralisando as mãos na
preguiça insensata, acusa o mundo e a vida, sem doar-lhes a menor expressão de
auxilio e entendimento.
E atingindo o apogeu da
demência cruel, acalenta, infeliz, o desejo da morte, com a qual se precipita à
cova do suicídio, para sofrer, depois, a expiação tremenda do insulto à Lei
Divina e da injúria a si mesma.
Guardai-vos, pois, assim, no
clima luminoso do serviço constante, amando e perdoando, ajudando e aprendendo,
porquanto esse veneno que corrói a alma humana, dela fazendo, enfim, triste
charco de trevas, chama-se pessimismo.
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