A Igreja é o depositário de
Deus aos homens para guardar a fé e a esperança. Ela não é feita de santos, mas
de gente que ama e peca, que sorri e chora, que se eleva e cai.
A história que vi há pouco de
Bergoglio e Ratzinger é emocionante, arrebatadoramente emocionante.
Para mim, que faço parte
dessa Igreja, o filme impressionou-me bastante e reflete a vontade de dois
homens que servem ao Cristo, cada um à sua maneira, de convergir esforços em
prol de uma unidade. É uma bela história.
De um lado, ver um papa em
decadência física, percebendo suas forças se esvaindo, envolto em problemas de
grande monta e se sentindo incapaz de prosseguir e exercer seu papel como
deveria.
De outro, um homem
determinado em suas ideias e em seus ideais.
Dois homens da Igreja, dois
irmãos em Cristo.
Bergoglio assumiu uma função
perigosa: recuperar a confiança da Igreja. Um desafio enorme que luta até hoje.
É o Santo Papa um homem corajoso porque as forças contrárias ao seu propósito
redentor tudo fazem para atrapalhar seus passos.
Ao assumir a personalidade de
Francisco no seu papado traz de volta a pauta dos pobres, dos menos
favorecidos, da sustentabilidade ambiental e, igualmente, de uma Igreja digna e
séria, responsável e operosa.
Seu desafio é gigantesco. É
um homem de poucas palavras quando sabe o que deseja. Costura suas ações e as
faz com muito zelo, muito preciosismo, mas tudo tem seu preço e paga alta conta
por tentar fazer da Igreja um lugar santo e não de paparicados e de
privilégios.
Papa Francisco se impõe pela
sua simplicidade e integridade. Sua transparência fala mais alto. Seus atos são
consequência da sua visão clara do que deseja para sua Igreja, para nossa
Igreja.
Bergoglio se fez Papa bem
antes de ser proclamado como tal. As cercanias do Vaticano já o tratava como um
sucessor do trono de Pedro, apesar das enormes resistências neste sentido.
Nossa Igreja, mesmo aqui no
outro lado da vida, possui também suas divisões, as mesmas que podemos
encontrar entre os meus irmãos na carne. A luta para fazê-lo Papa foi grande nos
dois lados da vida.
Ao Papa dos pobres, o nosso
abraço.
Ao Papa da teologia, o nosso
respeito.
O que importa é que a Igreja
continue a seguir o seu desiderato e seja, conforme deva ser, a propagadora da
palavra de Jesus na Terra.
Sejamos todos unidos no mesmo
propósito.
A Bergoglio, o nosso
incentivo constante e apoio incondicional.
A Ratzinger, o nosso
reconhecimento pela decisão corajosa e lúcida de um homem comprometido com a
Igreja.
Que o filme possa tocar os
corações de todos os amantes da fé católica e mostre, acima de tudo, que a
humanidade pode se mostrar em pequenos gestos como o compartilhamento de uma
pizza, o assistir conjunto de um jogo de futebol ou um abraço caloroso de dois
amigos.
Bento e Francisco, dois
homens da Igreja.
Bento e Francisco, dois
irmãos em Jesus.
Graças, Senhor!
Helder Camara – Blog Novas
Utopias
Nenhum comentário:
Postar um comentário