12.12.19

A Vida da Gente


Tudo tem começo, meio e fim, menos a vida.
A vida é intrigante. Tem início, em algum momento existencial, mas está longe de ter um meio e jamais terá um fim.
A vida terrena é outra coisa, rege-se pelas coisas da matéria, mas a vida espiritual, a vida extrafísica, esta nunca se acaba, está longe de ter algum fim.
É sobre a vida que depositamos as nossas esperanças, os nossos anseios e preocupações, as nossas perspectivas futuras, mas que vida falamos, afinal de contas, a vida material ou espiritual?
Isso é importante distinguir porque faz enorme diferença.
A vida material tem um plano definido. Você pode razoavelmente se programar. Dizer o que quer e o que não quer fazer, e dentro de um quadro de normalidade, com um pouco de variação, aquilo vai ser materializando, se você tiver determinação e perseverança.
No contexto espiritual, isso é bastante diferente. Primeiro, porque você tem que distinguir em que pedaço da vida você estará inserido e o que lhe é permitido fazer.
Na vida do espírito, há outros fatores que devem ser levados em consideração e não temos, quase sempre, a noção exata das nossas necessidades. A todo dia, coisas novas são aprendidas que nos abrem uma perspectiva enorme de escolhas.
Eu sei que é mais ou menos assim na vida terrena, mas na vida espiritual há determinações superiores, de quando em quando, que mudam radicalmente os planos traçados. A perspectiva é outra bem diferente.
Na vida física, embora estes fatores espirituais sejam levados em consideração, prevalece – e muito – as necessidades do dia-a-dia fincadas na sobrevivência, no pagar das contas, na compra de um apartamento novo, em não deixar o carro ficar muito velho, em dar uma arrumada na casa trocando aqueles móveis antigos, por aí.
O contexto espiritual faz você olhar-se para dentro, enquanto a vida terrena induz, muitas vezes, a olhar para fora.
Uma pessoa mais ou menos consciente de suas responsabilidades espirituais passa pela vida física sem a contaminação natural do consumismo, da moda operante, do status e do privilégio, em contrapartida, o menos espiritualizado acha mesmo que a vida é tudo isso – ou somente isso.
Os prazeres da alma, típicos da alma, são opostos aos prazeres do corpo físico. Enquanto comer bem é uma necessidade premente para muita gente ou ter o carro do ano é prioridade que não se discute, para outras, na concepção espiritual, estaria mais voltada para aquele curso de elevação pessoal que ainda não fez e acha imprescindível para sua formação.
Pensar de maneira inteligente, neste contexto, representa ter equilíbrio em tudo.
Ora, se você está vivendo o contexto material há necessidades que não se podem fugir e tem mais que se correr atrás da satisfação delas, o problema é não se reconhecer apenas como alguém que liga apenas para isso.
Da mesma maneira que um bom prato de comida satisfaz os sentidos do paladar, por exemplo, uma boa companhia inspirativa numa conversa sobre a vida futura ou de valores nobres, é tão imprescindível quanto.
As pessoas necessitam buscar o equilíbrio em tudo. Até mesmo as pessoas mais espiritualizadas – ou conhecedoras de determinados ensinamentos espiritualizantes – também não podem ficar batendo unicamente na mesma tecla.
Espiritualize-se e, enquanto vive na matéria, satisfaça necessidades que não vão te custar tão caro no futuro.
Quem pensa como espírito transcende-se diante de tudo e de todos e dá a devida importância a que cada coisa possui.
Fiquem com Deus!

Caifas – Blog de Caifas

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