– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
No capítulo ora em análise,
Gregório prossegue em seu debate com Gúbio, tentando justificar a sua
equivocada postura como necessária:
- Os filhos do Cordeiro
poderão ajudar e resgatar a muitos. No entanto, milhões de criaturas, como
sucede a mim mesmo, não pedem auxílio nem liberação. Afirma-se que não passamos
de transviados morais. Seja. Seremos, então, criminosos, vigiando-nos uns aos
outros.
A argumentação de Gregório
pertence a um espírito astuto, e, semelhante a ele, e ainda em nível
intelectual mais alto, existem muitos no Universo – espíritos que anseiam por
tomar a justiça em suas mãos, alegando que os maus carecem de quem os punam sem
complacência.
- Se é nosso destino joeirar
o trigo do mundo, nossa peneira não se fará complacente.
Quando tem oportunidade de
falar, Gúbio considera, com humildade:
- Grande sacerdote, eu sei
que o Senhor Supremo nos aproveita em sua obra divina, segundo as nossas
tendências e possibilidades de satisfazer-lhe os desígnios. (...) Respeito,
assim, o teu poder, porque se a Sabedoria Celeste conhece a existência das
folhas tenras das árvores, sabe também a razão de teu extenso domínio...
Que espírito será Gúbio que,
anonimamente, desce às Trevas, para opor-se, em seu próprio terreno, a um de
seus maiores líderes?!
Que cena maravilhosa de
ver-se na tela cinematográfica, caso Hollywood pudesse reproduzi-la em todos os
seus detalhes, tão bem retratados por André Luiz!
A impressão que nos fica é
quase a mesma do Cristo diante de Pôncio Pilatos, ou de Paulo perante Agripa.
Agripa, magnetizado pela
palavra do Campeão do Evangelho, escuta o rei a lhe dizer: “Por pouco me
persuades a me fazer cristão”.
Gregório, envolvido pelas
inspiradas palavra de Gúbio, sentencia: - Como pude escutar-te, calado, tanto
tempo? (...) Os Dragões são os gênios conservadores do mundo físico e se
esmeram em preservar a aglutinação dos elementos planetários.
Gúbio, com simplicidade,
tornou a considerar:
- Ouso lembrar, todavia, que,
se nos lançássemos todos a socorrer os miseráveis, a miséria se extinguiria; se
educássemos os ignorantes, a treva não teria razão de ser; se amparássemos os
delinquentes, oferecendo-lhes estímulos à luta regenerativa, o crime seria
varrido da face da Terra.
Neste instante, praticamente
vencido pelos lógicos argumentos de Gúbio, Gregório, fazendo vibrar uma
campainha, gritou colérico:
- Cala-te! Insolente! Sabes
que te posso punir!...
Impressionante a resposta de
Gúbio:
- Sim (...), suponho conhecer
a extensão de tuas possibilidades. Eu e meus companheiros, à leve ordem de tua
boca, podemos receber prisão e tortura...
E aqui estacamos, a fim de
indagar de nossos irmãos e irmãs internautas:
- Que tipo de prisão e
tortura, Gúbio, André e Elói poderiam sofrer?! Não estavam eles em seu corpo
espiritual?! Não permaneciam ali, naquela região trevosa, à feição de
“agêneres”?! (Vide “Revista Espírita”, Fevereiro de 1859, e, igualmente, “Por
Amor ao Ideal”, de Inácio Ferreira – indicamos ainda aos nossos leitores o
livro “O Rosário de Coral”, de Dr. A. Wylm, este último editado pela FEB)
- Afinal, um espírito
materializado, ou em estado de desdobramento, pode ser ferido?! Pode ser
preso?! Torturado?!...
A discussão está lançada.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 22 de abril de
2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário