22.4.19

XLIV – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo ora em análise, Gregório prossegue em seu debate com Gúbio, tentando justificar a sua equivocada postura como necessária:
- Os filhos do Cordeiro poderão ajudar e resgatar a muitos. No entanto, milhões de criaturas, como sucede a mim mesmo, não pedem auxílio nem liberação. Afirma-se que não passamos de transviados morais. Seja. Seremos, então, criminosos, vigiando-nos uns aos outros.
A argumentação de Gregório pertence a um espírito astuto, e, semelhante a ele, e ainda em nível intelectual mais alto, existem muitos no Universo – espíritos que anseiam por tomar a justiça em suas mãos, alegando que os maus carecem de quem os punam sem complacência.
- Se é nosso destino joeirar o trigo do mundo, nossa peneira não se fará complacente.
Quando tem oportunidade de falar, Gúbio considera, com humildade:
- Grande sacerdote, eu sei que o Senhor Supremo nos aproveita em sua obra divina, segundo as nossas tendências e possibilidades de satisfazer-lhe os desígnios. (...) Respeito, assim, o teu poder, porque se a Sabedoria Celeste conhece a existência das folhas tenras das árvores, sabe também a razão de teu extenso domínio...
Que espírito será Gúbio que, anonimamente, desce às Trevas, para opor-se, em seu próprio terreno, a um de seus maiores líderes?!
Que cena maravilhosa de ver-se na tela cinematográfica, caso Hollywood pudesse reproduzi-la em todos os seus detalhes, tão bem retratados por André Luiz!
A impressão que nos fica é quase a mesma do Cristo diante de Pôncio Pilatos, ou de Paulo perante Agripa.
Agripa, magnetizado pela palavra do Campeão do Evangelho, escuta o rei a lhe dizer: “Por pouco me persuades a me fazer cristão”.
Gregório, envolvido pelas inspiradas palavra de Gúbio, sentencia: - Como pude escutar-te, calado, tanto tempo? (...) Os Dragões são os gênios conservadores do mundo físico e se esmeram em preservar a aglutinação dos elementos planetários.
Gúbio, com simplicidade, tornou a considerar:
- Ouso lembrar, todavia, que, se nos lançássemos todos a socorrer os miseráveis, a miséria se extinguiria; se educássemos os ignorantes, a treva não teria razão de ser; se amparássemos os delinquentes, oferecendo-lhes estímulos à luta regenerativa, o crime seria varrido da face da Terra.
Neste instante, praticamente vencido pelos lógicos argumentos de Gúbio, Gregório, fazendo vibrar uma campainha, gritou colérico:
- Cala-te! Insolente! Sabes que te posso punir!...
Impressionante a resposta de Gúbio:
- Sim (...), suponho conhecer a extensão de tuas possibilidades. Eu e meus companheiros, à leve ordem de tua boca, podemos receber prisão e tortura...
E aqui estacamos, a fim de indagar de nossos irmãos e irmãs internautas:
- Que tipo de prisão e tortura, Gúbio, André e Elói poderiam sofrer?! Não estavam eles em seu corpo espiritual?! Não permaneciam ali, naquela região trevosa, à feição de “agêneres”?! (Vide “Revista Espírita”, Fevereiro de 1859, e, igualmente, “Por Amor ao Ideal”, de Inácio Ferreira – indicamos ainda aos nossos leitores o livro “O Rosário de Coral”, de Dr. A. Wylm, este último editado pela FEB)
- Afinal, um espírito materializado, ou em estado de desdobramento, pode ser ferido?! Pode ser preso?! Torturado?!...
A discussão está lançada.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 22 de abril de 2019.

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