12.4.19

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO


    Estes princípios para mim, não são apenas uma teoria, eu os coloco em prática, faço o bem tanto quanto o permite a minha posição, presto serviço quando posso, os pobres jamais foram rejeitados em minha casa, ou tratados com dureza; a todo momento não foram sempre recebidos com a mesma benevolência? Jamais lamentei meus passos e minhas diligências para prestar serviço; pais de família não saíram da prisão pelos meus cuidados?Certamente não me cabe fazer o inventário do bem que pude fazer; mas, num momento em que parece tudo esquecer-se, é-me muito permitido, creio, chamar à minha lembrança que a minha consciência me diz que não fiz mal a ninguém, que fiz todo o bem que pude, e isso o repito sem pedir conta da opinião, sob esse aspecto, a minha consciência está tranquila e de alguma ingratidão com a qual pude ser pago, em mais de uma ocasião, isso não poderia ser para mim um motivo para  deixar  de  fazê-lo; a ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade, e como nenhum de nós está isento de cesuras, é preciso saber passar aos outros pelo que nos passa a nós mesmos, a fim de que se possa dizer, como J. C.: “que aquele que está sem pecado, lhe atire a primeira pedra.” Continuarei, pois, a fazer todo o bem que puder, mesmo aos meus inimigos, porque o ódio não me cega; e eu lhes estenderia sempre a mão para tirá-los de um precipício, se a ocasião disso se apresentasse.
    Eis como entendo a caridade cristã, compreendo uma religião que nos ordena retribuir o mal com o bem, com mais forte razão restituir o bem pelo bem. Mas não compreenderia jamais a que nos prescrevesse retribuir o mal com o mal

Pensamento íntimos de Allan Kardec; documento encontrado em seus papéis.
Livro: Obras Póstumas – Allan Kardec 

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