14.4.19

Um Gesto de Amor


Não posso conter a minha emoção porque simplesmente ela traduz o espelho da minha vida. Durante muito tempo, dediquei a minha existência na terra na busca da paz entre os homens e o final da miséria. Em síntese, simbolizei na justiça plena a presença viva do Cristo.
Achava que deveria reviver os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo em cada ato que fazia. Esse era o desafio que me impunha. Por esta razão, muitas vezes fui ridicularizado. Alguns me chamavam de lunático ou exibicionista. Outros queriam atestar a minha idoneidade moral.
Como poderia entender tudo isso senão o inconformismo de muitos com aquilo que eles não conseguiam ainda fazer. Meus gestos, minhas palavras, iam ao encontro do ensinamento de Jesus. Esse era o meu único propósito.
Se alguns não entendiam, o que eu poderia fazer? Jesus também não fora compreendido à sua época e, como observava, nem tampouco hoje.
Pois bem, ontem, ao negociar a paz no Sudão, vimos o mesmo gesto nobre do Cristo no nosso querido Papa Francisco.
Que dizer de tudo isso senão a repetição do gesto magnânimo de Jesus naquela pequena assembleia de irmãos. Ensinava para a humanidade que se não nos diminuíssemos não conseguiríamos nos agigantar diante de Deus.
Meu Deus, que lição de humildade de Nosso Senhor como a nos dizer: “faça o mesmo para poder se vencer”.
Meus irmãos, o Papa Francisco nada fez demais senão copiar o gesto de Nosso Senhor, como também a nos dizer: “eu posso tentar promover a paz se tiver eu um primeiro gesto nesta direção”.
Agora, o mundo inteiro fala dessa ação corajosa e simples do querido papa dos pobres e desafortunados da alma. Os próprios sudaneses, neste instante, conversam entre si para dar uma resposta ao mundo, porque todos querem saber a razão que fez um pontífice imitar o gesto de Jesus.
Ora, o que representa um gesto diante da promoção da paz entre irmãos de um mesmo país, evitando milhares de mortes?
Meus irmãos, quando será que nós também copiaremos a Jesus no nosso dia a dia?
Quando será que sairemos do nosso pedestal de orgulho e presunção e iremos ao encontro daqueles que nos humilham?
A vida é tão curta para debatermos questões sem consequência. Os instantes são tão breves diante da eternidade da vida. Mas o que fazemos senão protestar, ignorar, se apartar da palavra do Cristo com nossas atitudes diárias.
Jesus foi o exemplo em pessoa da encarnação do amor na Terra. Ensinou-nos e exemplificou entre nós a chama abrasante do amor nos corações. Ele foi o amor em forma de gente e por que não aprendermos com ele?
Meu Pai, quando a humanidade deixará de lado a prepotência e a desigualdade para finalmente se tratar como irmãos que todos nós somos?
Papa Francisco, grato pelo gesto que salvará milhares, pois foi desse jeito que agiu o Nosso Senhor e salvador da humanidade.
Que sejas tu, na cadeira de Pedro, a tentar imitá-Lo e a nos lembrar que somente através do amor poderemos nos elevar a Deus.

Helder Camara – Blog Novas Utopias

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