Não posso conter a minha
emoção porque simplesmente ela traduz o espelho da minha vida. Durante muito
tempo, dediquei a minha existência na terra na busca da paz entre os homens e o
final da miséria. Em síntese, simbolizei na justiça plena a presença viva do
Cristo.
Achava que deveria reviver os
passos de Nosso Senhor Jesus Cristo em cada ato que fazia. Esse era o desafio
que me impunha. Por esta razão, muitas vezes fui ridicularizado. Alguns me
chamavam de lunático ou exibicionista. Outros queriam atestar a minha
idoneidade moral.
Como poderia entender tudo
isso senão o inconformismo de muitos com aquilo que eles não conseguiam ainda
fazer. Meus gestos, minhas palavras, iam ao encontro do ensinamento de Jesus.
Esse era o meu único propósito.
Se alguns não entendiam, o
que eu poderia fazer? Jesus também não fora compreendido à sua época e, como
observava, nem tampouco hoje.
Pois bem, ontem, ao negociar
a paz no Sudão, vimos o mesmo gesto nobre do Cristo no nosso querido Papa
Francisco.
Que dizer de tudo isso senão
a repetição do gesto magnânimo de Jesus naquela pequena assembleia de irmãos.
Ensinava para a humanidade que se não nos diminuíssemos não conseguiríamos nos
agigantar diante de Deus.
Meu Deus, que lição de
humildade de Nosso Senhor como a nos dizer: “faça o mesmo para poder se
vencer”.
Meus irmãos, o Papa Francisco
nada fez demais senão copiar o gesto de Nosso Senhor, como também a nos dizer:
“eu posso tentar promover a paz se tiver eu um primeiro gesto nesta direção”.
Agora, o mundo inteiro fala
dessa ação corajosa e simples do querido papa dos pobres e desafortunados da
alma. Os próprios sudaneses, neste instante, conversam entre si para dar uma
resposta ao mundo, porque todos querem saber a razão que fez um pontífice
imitar o gesto de Jesus.
Ora, o que representa um
gesto diante da promoção da paz entre irmãos de um mesmo país, evitando
milhares de mortes?
Meus irmãos, quando será que
nós também copiaremos a Jesus no nosso dia a dia?
Quando será que sairemos do
nosso pedestal de orgulho e presunção e iremos ao encontro daqueles que nos
humilham?
A vida é tão curta para
debatermos questões sem consequência. Os instantes são tão breves diante da
eternidade da vida. Mas o que fazemos senão protestar, ignorar, se apartar da
palavra do Cristo com nossas atitudes diárias.
Jesus foi o exemplo em pessoa
da encarnação do amor na Terra. Ensinou-nos e exemplificou entre nós a chama
abrasante do amor nos corações. Ele foi o amor em forma de gente e por que não
aprendermos com ele?
Meu Pai, quando a humanidade
deixará de lado a prepotência e a desigualdade para finalmente se tratar como
irmãos que todos nós somos?
Papa Francisco, grato pelo
gesto que salvará milhares, pois foi desse jeito que agiu o Nosso Senhor e
salvador da humanidade.
Que sejas tu, na cadeira de Pedro,
a tentar imitá-Lo e a nos lembrar que somente através do amor poderemos nos
elevar a Deus.
Helder Camara – Blog Novas
Utopias
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