Prosseguindo em nossas
reflexões em torno da preleção do Ministro Flácus, inserida no primeiro
capítulo de “Libertação”, atentemos para a frase:
“Entretanto, nesse mesmo
espaço, alonga-se a matéria noutros estados, e, nesses outros estados, a mente
desencarnada, em viagem para o conhecimento e para a virtude, radica-se na
esfera física, buscando dominá-la e absorvê-la, estabelecendo gigantesca luta
de pensamento (destacamos) que ao homem comum não é dado calcular”.
Vejamos:
Nem todos os que desencarnam
estão preparados para se “aclimatarem” no Plano Extrafísico...
Grande número dos que deixam
o corpo carnal continua a “radicarem-se” na esfera física...
Os espíritos infelizes, fora
do corpo, contando com “médiuns” encarnados, em todos os setores de atividade
humana – inclusive na Doutrina Espírita, que, essencialmente, é uma doutrina
libertadora –, buscam “dominar” a Terra – anseiam por quererem que a Terra
continue sendo o seu “pasto psíquico”, através dos vampirismos que exercem...
O Mundo Espiritual de muitos
que desencarnam é tão somente a “contraparte” da Terra...
“... estabelecendo gigantesca
luta de pensamento...” – são as obsessões, que Allan Kardec, ao estudá-las,
segundo a sua gravidade, classificou-as: simples, fascinação e possessão...
Inegável que as trevas
possuem os seus “agentes” encarnados, que, não raro, são manipulados de forma
inconsciente por elas, a fim de conspurcarem as fontes mais cristalinas
destinadas a saciar a sede de Conhecimento e de Amor da Humanidade...
*
Considerou Flácus:
“Frustrados em suas
aspirações de vaidoso domínio no domicílio celestial (destacamos), homens e
mulheres de todos os climas e de todas as civilizações, depois da morte,
esbarram nessa região em que se prolongam as atividades terrenas e elegem o
instinto de soberania sobre a Terra por única felicidade digna do impulso de
conquistar”.
Vejamos ainda:
No Mundo Espiritual próximo,
do qual muitos procedem para a Terra e para o qual, da Terra, muitos hão de
regressar, apenas se prolongam as atividades terrenas...
Em geral, são esses espíritos
que entram em contato com os médiuns, e, portanto, pouco eles conseguem
acrescentar ao que já sabem os homens...
Não é fácil, assim, romper
com esse círculo vicioso em que se transforma o ato de reencarnar... Emmanuel,
no livro “Pensamento e Vida”, anotou com sabedoria no capítulo 20: “Nesse
círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da
ignorância acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para
desenganar-se depois do túmulo, aprisionada ao binômio ilusão-desilusão, com
que despende longos séculos, começando a recomeçando a senda em que lhe cabe
avançar”.
Longos séculos!...
Indispensável muita coragem
para romper com a hipocrisia, com a mentira, com os interesses inferiores, com
o desejo de poder, com a ambição do mando, com o personalismo, enfim, com as
máscaras que afivelamos à face...
A libertação é solitária...
A ascensão é penosa...
É de fazer sangrar a alma...
Lance-se a ele quem seja
suficientemente ousado para encarar a verdade a respeito de si mesmo!...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
ne Internet
Uberaba – MG, 18 de junho de
2018.
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