Questão 451 do Livro dos
Espíritos
Em algumas famílias parece
que a segunda vista é hereditária e, de certa forma o é, porque o corpo herda
do corpo. Tendo a mediunidade bases físicas, algum traço do complexo
fisiológico acresce um pouco na visão espiritual; no entanto, não fica somente
na herança física, porque é o Espírito que vê.
A explicação pode assentar-se
de modo diferente: é que alguns Espíritos que reencarnam em família têm
compromissos em conjunto, e já vêm do plano espiritual com tarefas definidas e
já têm os dons aflorados para os mesmos objetivos. Mas, pode acontecer o
contrário: existir em uma família numerosa um somente que tenha dons mediúnicos
desenvolvidos e os outros nada, até ignorando essa faculdade. Ninguém recebe de
graça os valores da alma.
Observemos também o nível intelectual
dos participantes de uma família. Nem sempre se equivalem, dependendo muito
mais das qualidades do Espírito, do que mesmo do corpo e da posição social que
desfrutam os Espíritos encarnados naquele grupo, porém, pode pesar mesmo na
soma dos valores terrenos, facilitando as almas para essa ou aquela aquisição.
Tudo que existe no mundo é
variável, mostrando a todos nós que somente o Espírito é dotado de qualidades
vivas, dos dons espirituais; entrementes, a alma envolvida na carne pode fazer
dessa alguma coisa no mundo das sensibilidades, onde o homem de amanhã
penetrará pelo seu campo de estudos, em todas as direções daquilo que Deus
criou, deduzindo-se daí, que todos os poderes vêm de Deus, assimilados por nós
e por tudo que existe.
Se o corpo é um instrumento
do Espírito, claro que esse instrumento deve ser dotado de certas facilidades
para que o Espírito expresse seus dons e exercite as faculdades durante a sua
existência na Terra, porque, em geral, a matéria é um impedimento na filtragem
medianímica. Todas as coisas se comunicam entre si, porém, essa comunicação
será mais ou menos impedida quanto mais se materializa a alma, quanto mais
desce o Espírito, enfronhando-se nos liames da carne.
Notamos muitas famílias em
que somente um dos membros possuí mediunidade em exercício, sendo que os
outros, por vezes, trabalham para essa aquisição e nada conseguem. Já em
outras, aparece espontaneamente essa faculdade. Nós já trazemos do mundo
espiritual as nossas tarefas definidas, e em poucos casos elas são mudadas,
conforme as necessidades e o merecimento de cada um.
Quantas criaturas recebem dos
benfeitores espirituais o investimento em suas faculdades, na sua saúde ou em
muitos transes da existência, para que possam produzir mais, para aproveitarem
a oportunidade como Espíritos encarnados, que se encontram vencendo as
dificuldades nos caminhos da ignorância!? Isso é uma glória para a alma, mas,
também, muitos ficam nos caminhos quase a sós por não valorizarem a assistência
espiritual que os bondosos amigos espirituais lhe oferecem. Esse tipo de
Espírito caminha a passos lentos, com o poder de assimilação retardada.
A Doutrina dos Espíritos vem
esclarecer a todos o modo pelo qual devem assegurar esses valores,
compreendendo que em torno de si existem muitos Espíritos interessados em os
ajudar. Se há muitos Espíritos brincalhões em seus passos, é por sintonia; a
afinidade é uma lei. Verificando isso, devemos trabalhar com toda intensidade
para desvincular os laços com esses Espíritos inferiores, de modo que seus caminhos
fiquem livres das investidas das trevas. Não que devamos desistir de ajudar
esses Espíritos, pois eles precisam de nós, entretanto, é necessário saber
cooperar com eles, sem ligações pela lei dos semelhantes, para não se turvarem
os nossos sentimentos.
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