"Eu sei por que motivo o meio-termo
não é seguido: o homem inteligente ultrapassa-o, o imbecil fica
aquém"... (Confúncio,
filósofo chinês do século 5 a.C)
A vida é um interminável e dinâmico caos
muito bem organizado.
Observar as polaridades é direito e dever
de qualquer pessoa. Há polaridades objetivas e subjetivas: dia e noite, bom e
mau, masculino e feminino, inspiração e expiração, vida e morte, etc.
Á primeira vista, o homem deve buscar o
equilíbrio que parece ser o caminho da sabedoria. Disso ninguém discorda. Um
sério problema que temos, é que, quando interessa, levamos as coisas bem ao pé
da letra. Nada mais cômodo e confortável do que alcançar a preguiçosa e
inatingível estabilidade (tal e qual o céu religioso). Estabilidade, significa
morte. Mas, que decepção para muitos, pois assim como a morte não existe a
estabilidade ou gozo eterno também não. Entramos e saímos da existência
perseguindo uma ilusão a tal da estabilidade do nunca mais precisar fazer nada,
do descanso eterno; eis aí o veneno cruel que cria uma multidão cada vez maior
de mortos/vivos paranóicos. Buscar a estabilidade eterna é tentar fugir da
realidade do que é viver como espíritos em evolução. Viver exige de todos nós
enorme coragem. Os covardes apenas existem, são mortos temporários, não criam
nada, vivem um tipo de existência orientada e dominada pela ansiedade e medo
que os outros lhes transmitem. São paranóicos, tem medo de tudo, desde o real
até o imaginário...
A preguiça e o medo são maus conselheiros,
esse é o maior problema da humanidade que alguns espertalhões sabem aproveitar
muito bem. Puseram-se na condição de pastores para conduzir seu medroso e
preguiçoso rebanho de fiéis consumidores. Quanto mais medrosas e preguiçosas
forem as pessoas mais lucram esses condutores da vida dos outros.
Assim como o sofrimento, o meio/termo ou o
caminho do meio é uma das invenções humanas.
Na Natureza tudo é muito bem definido, nada
fica em cima do muro.
Quem escolhe o caminho do
meio escolhe o caminho da mediocridade que leva ao sofrer como ponto final.
Avisos de que esta é a pior escolha que
possamos fazer não faltam, e muito menos faltam comprovações no dia a dia de
cada um de nós.
Deus vomitará os mornos! (credo, que nojo!)
Está no Apocalipse (último livro da Bíblia
dos cristãos), capítulo 3, versículo 15 e 16: "Conheço tuas obras: não és
frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio
nem quente, estou para vomitar-te de minha boca"...
A preguiça e o medo criaram o pior tipo de
pessoa que existe: a coisa média, nem isso nem aquilo, sempre em cima do muro,
o tipo: "não me comprometa".
Quem terá criado esse lixo humano que já
está sendo vomitado do Planeta?
- Parece que foi a educação que atende aos
interesses dos que imaginaram ou ainda imaginam serem os todo poderosos...
O caminho do meio sempre foi exaltado em
prosa e verso e de forma premeditada religiosamente confundido com comedimento,
sobriedade, prudência, serenidade, etc.
Viver consiste em explorar, experimentar,
entrar no desconhecido, enfrentar um a um nossos medos, superar uma a uma as
nossas limitações.
O equilíbrio é uma coisa dinâmica e não
estática.
Teremos que dominar todas as experiências
que envolvem cada uma das polaridades, uma por uma. Um exemplo de equilíbrio:
na polaridade alegria e tristeza o ponto de equilíbrio é a serenidade; só que
um sujeito sereno não é uma criatura metade alegre e metade triste. É uma
pessoa que domina tão bem os momentos de tristeza quanto os de alegria sem
fugir de nenhum deles.
Radicalidade, é uma virtude que precisa ser
compreendida e praticada.
O Saulo que virou Paulo e a Maria de Magdala
que virou Madalena que o digam. Se optamos pelo caminho errado que sejamos o
melhor dos piores. Se escolhemos o caminho do bem sejamos o melhor de todos.
Entreguemo-nos de corpo e alma ao que fizermos.
Faça errado, mas faça. Porém ao descobrir o
erro e continuar na mesma Deus te ajude e Jesus nos proteja. Errar é humano
persistir no erro é demoníaco.
Mudar a rota é mais fácil do que começar a
fazer com força.
A vida nos convida a sermos radicais ao
extremo. Porém sem abrir mão da inteligência, senão haja sofrer e estúpidas
guerras.
Espíritos já índigos, não aceitam o meio
termo; os nem isso nem aquilo; os que querem servir a Deus e a Mamon ao mesmo
tempo...
Tenha o amigo uma radical e profunda crise
de reflexão.
Muita paz!
Américo Canhoto
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