COMO VOCÊ INTERPRETA?! –
LVIII
Elementais
Ainda no último capítulo do
excelente “Nosso Lar”, livro de conteúdo ainda a ser explorado, mais
atentamente, pelos espíritas em geral, dentre os quais eu me incluo, nos
deparamos com o episódio de Narcisa que, atendendo ao apelo mental de André
Luiz, o convida para irem à Natureza, a fim de “recolherem” fluidos no socorro
a Ernesto, o segundo esposo de Zélia.
Antes, Narcisa teve o zelo de
providenciar “passes de reconforto ao doente, isolando-o das formas escuras,
que se afastaram como por encanto”. O passe, realmente, sendo, no dizer de
Emmanuel, uma “transfusão de energias fisio-psíquicas”, através da simples
imposição das mãos, opera prodígios. Nas Casas Espíritas, o passe é o legítimo
“trabalho de cura”, sem desmerecermos, claro, o esforço dos medianeiros que se
empenham no campo da cura segundo as suas características e as orientações de
seus guias espirituais, que nem sempre possuem segura iniciação no estudo e na
aplicação das forças “magnéticas”. Não nos esqueçamos de que Jesus curava pela
imposição das mãos – Ele curava quando tocava e... quando era tocado! Curava
através da saliva, do sopro, do olhar, de Sua simples Presença!...
*
Justificando o convite feito
a André, para que fossem à Natureza, Narcisa, lhe diz: “Não só o homem pode
receber fluidos e emiti-los. As forças naturais fazem o mesmo, nos reinos
diversos em que se subdividem. Para o caso do nosso enfermo, precisamos das
árvores. Elas nos auxiliarão eficazmente”.
Esse “para o caso de nosso
enfermo”, naturalmente, nos leva a pensar na especificidade dos fluidos que
Ernesto carecia, estando ele com os pulmões comprometidos. Com certeza, em
outros casos fluidos de natureza diversa podem estar indicados, como aqueles
nos quais, por exemplo, baseia-se a própria ciência Alopática, a Homeopática, a
Fitoterápica, a Ortomolecular, e outras.
*
De mais notável, no entanto,
no capítulo mencionado, é o encontro de Narcisa com os “servidores comuns do
reino vegetal”, habitualmente chamados de “elementais”... Segundo André, ela os
chamou com “expressões” que ele “não podia compreender”, ou seja, Narcisa a
eles se dirigiu (eram “oito entidades espirituais”!) em seu “idioma”, nos
induzindo a concluir que Narcisa, com certeza, já vivera entre eles e fora uma
deles...
Concordam conosco, os irmãos
e as irmãs internautas?!...
O assunto, ainda muito pouco
estudado e desenvolvido pela literatura espírita, foi tratado, en passant, por
Kardec, nas perguntas de 536 a 540, de “O Livro dos Espíritos”, quando os
Instrutores falaram sobre a “Ação dos Espíritos Sobre os Fenômenos da
Natureza”.
Vejamos a questão 538: “Os
espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza formam uma categoria no mundo
espírita, são seres à parte ou espíritos que viveram encarnados, como nós?”
Resposta: “Que o serão, ou que o foram”.
Diante da resposta dos
Espíritos a Kardec, solicitamos vênia para uma indagação a todos os irmãos de
Ideal que se nos dignarem responder: - Se os espíritos que presidem aos
fenômenos da Natureza já foram, ou viveram encarnados como nós, tornando, após,
à condição em que viveram, teriam eles regredido na escala evolutiva?...
Gostaríamos muito de ouvi-los
nesta questão.
*
Ainda sobre o tema dos
“elementais”, tomamos a liberdade de indicar aos interessados o livro de
autoria de Paulino Garcia, “Espíritos Elementais”, editado pela LEEPP – o
livro, coordenado pelo nosso preclaro Odilon Fernandes, foi editado em 2004,
portanto há exatos 14 anos.
*
Chico Xavier nos contava que
quando perdia determinado objeto que precisava encontrar – um documento, uma
página psicografada perdida em meio aos seus tantos papéis, enfim, algo que lhe
fosse essencialmente útil –, solicitava o auxílio desses “seres” que, então,
algumas vezes atendiam ao seu chamado.
Não obstante, cremos que
semelhante providência não seja para os incréus, mesmo para os incréus
espíritas, que, por excesso de racionalismo, desprezam, muitas vezes, as obras
da fé.
INÁCIO FERREIRA – Blog mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 21 de maio de
2018.
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