EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
As evidências históricas a favor da
reencarnação nos colocam diante de uma realidade insofismável: não foi a
Doutrina Espírita que inventou a Teoria da Reencarnação. A ideia da
reencarnação, com outras designações (Palingênese, Transmigração da alma, etc.),
é muito remota. Vamos encontrá-la nas civilizações mais antigas do globo.
Recentes descobertas envolvendo a velha
civilização de Atlântida, o continente perdido, que acredita-se tenha sido o
berço da civilização greco-romana, vieram mostrar que naquele longínquo
continente ensinava-se a Doutrina das Vidas Sucessivas.
Na Índia, no Egito, na Pérsia, as ideias
reencarnacionistas têm prevalecido desde os primórdios da civilização. O papiro
Anana (1320 a.C.) demonstra a ideia entre os egípcios:
"O homem retorna a vida várias vezes,
mas não se recorda de suas prévias existências, exceto algumas vezes em um
sonho. No fim todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas."
Pitágoras, Sócrates, Timeu de Locres, Buda,
Empedócles, Apolônio de Tiana, Heródoto, Plotino, Porfírio, Jâmblico, todos
defendiam esse princípio.
Conta-se que quando Pitágoras foi
apresentado a couraça que pertencera ao soldado Euphorbus, herói da guerra de
Tróia, ele entrou em transe e disse: "Eu fui esse homem". E passou a
recordar-se de várias existências.
Muitas religiões se hão se baseado na
crença das vidas sucessivas: o Bramanismo, o Budismo, o Druidismo, etc. O
Cristianismo primitivo não fugiu à regra. Traços marcantes desta doutrina se
nos deparam nos Evangelhos.
REENCARNAÇÃO NOS EVANGELHOS
Em várias passagens dos Evangelhos aparece
claramente a ideia da reencarnação, mas Allan Kardec examina três, que ele
considerava como as mais importantes:
1ª) "Após a transfiguração, seus
discípulos então o interrogaram desta forma: Porque dizem os escribas ser
preciso que antes volte Elias? - Jesus lhes respondeu: É verdade que Elias há
de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos declaro que Elias já veio e
eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. Então, seus discípulos
compreenderam que fora de João Batista que ele falara."
[Mateus-XVII:10-13] [Marcos-IX:11- 13]
A consideração de que João Batista era
Elias está presente várias vezes no Evangelho, reforçando a ideia de que muitos
judeus tinham simpatia pela Teoria de Palingenética. Se fosse errôneo este
pensamento, certamente Jesus o teria combatido, como fez em relação a vários
outros.
2º) "Ao passar, viu Jesus um homem que
era cego desde que nascera; - e seus discípulos e fizeram esta pergunta: Mestre,
foi pecado deste homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele
nascesse cego? - Jesus lhes respondeu: não é por pecado dele, nem dos que o
puseram no mundo; mas para que nele se patenteiam as obras do poder de
Deus." [João-IX:1-34]
A pergunta dos discípulos: "foi algum
pecado deste homem que deu causa aquele nascesse cego?" revela que eles
tinham a intuição de uma existência anterior, pois, do contrário, ela careceria
de sentido, visto que um pecado somente pode ser causa de uma enfermidade de
nascença se cometido antes do nascimento, portanto numa existência anterior.
3º) "Ora, entre os fariseus havia um
homem chamado Nicodemos, senador dos Judeus, que veio à noite ter com Jesus e
lhe disse: Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como
um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não
estivesse com ele.
Jesus lhe respondeu: em verdade, em
verdade, dito-te: ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo."
[João-III:1-12]
Não
há dúvidas de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era
ponto de uma das crenças dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram
de modo e forma. Donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do
Cristo.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Além das evidências históricas e religiosas
da reencarnação, discute-se, hoje, várias evidências de cunho científico, o que
levou o parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade a afirmar:
"Dentro de mais alguns anos, a
Palingênese deixará de ser encarada como crença religiosa e passará a ser
estudada exclusivamente como mais uma lei da natureza."
As principais evidências científicas da
reencarnação são:
Gênios Precoces
São crianças prodígios, que desde a mais
tenra idade mostram possuir conhecimentos de tal ordem à respeito de temas os
mais diversos que seria impossível explicá-los sem a certeza de que viveram
antes.
Amadeus Mozart tocava piano aos 3 anos e
violino aos 4 anos sem nunca ter visto um.
Pierino Gamba foi maestro aos 11 anos.
Pascal, matemático francês discutia matemática e geometria aos 12 anos.
Miguel Angelo, com a idade de 8 anos, foi
dispensado pelo seu professor de escultura porque este já nada mais tinha a
ensiná-lo.
Kardec, examinando a questão pergunta aos
benfeitores como entender este fenômeno [LE-qst 219] e eles dizem:
"Lembrança do passado, recordação anterior da alma."
Recordação Espontânea de Vidas Passadas
Caracteriza-se pelo fato de pessoas,
especialmente crianças passarem a se recordar espontaneamente de vidas
anteriores.
Vários pesquisadores têm-se dedicado ao
estudo deste fenômeno, tentando confrontar as declarações das pessoas com fatos
reais que poderiam confirmar as informações. Dois desses pesquisadores se
destacaram nos últimos anos: Prof. Benerjee, diretor do Instituto Indiano de
Parapsicologia da Índia, que chegou a catalogar mais de 1000 casos comprovados
de recordação de existências passadas e o Dr. Ian Stevenson, notável
neurologista americano que escreveu [Vinte Casos que Sugerem Reencarnação].
Regressão de Memória a Vidas Anteriores
Inúmeros casos têm surgido de pessoas que
passam a relatar vivências anteriores durante o fenômeno, hoje relativamente
comum, de regressão de memória.
No final do século passado, o pesquisador
francês Alberto Rochas, realizando experiências com regressão de memória
conseguiu levar uma das suas pacientes a uma existência precedente. A partir
daí vários outros cientistas, em diversas partes do mundo, começaram a
desenvolver essas técnicas, conseguindo anotar milhares de referências
concordantes com o princípio da Palingênese.
Recentemente, este processo foi
desenvolvido com fins terapêuticos, onde psiquiatras espiritualistas se
utilizam de técnicas apropriadas para, através da regressão de memória,
dissolverem condições neuróticas de pacientes psiquiátricos. Esses processo,
ainda no campo experimental, portanto não aceito pela Ciência Oficial, recebeu
o nome de T.V.P. (Terapia de Vidas Passadas).
Pluralidade X Unicidade das Encarnações
A reencarnação se baseia nos princípios da
misericórdia e da justiça de Deus.
Na misericórdia divina, porque, assim como
o bom pai deixa sempre a porta aberta a seus filhos faltosos, facultando-lhes a
reabilitação, também Deus - através das vidas sucessivas - dá oportunidade para
que os homens passam corrigir-se, evoluir e merecer o pleno gozo de uma
felicidade duradoura. Emmanuel chega a dizer que "a reencarnação é quase o
perdão de Deus."
Na lei de justiça, pois os erros cometidos
e os males infligidos ao próximo devem ser reparados durante novas existências,
a fim de que, experimentando os mesmos sofrimentos, os homens possam resgatar
seus débitos, passando a conquistar o direito de serem felizes.
A
unicidade das existências é injusta e ilógica, pois não atende às sábias leis
do progresso espiritual.
É injusta, porque grande parte dos erros
humanos é resultante da ignorância e, numa só vida, não nos é possível o
resgate de nossos erros, principalmente quando o arrependimento nos sobrevem
quase ao findar da existência. É preciso que se dê oportunidades ao arrependido
para que ele comprove sua sinceridade através das necessárias reparações.
É ilógica, porque não pode explicar as
gritantes diferenças de aptidões das criaturas desde sua infância; as ideias
inatas, independentemente da educação recebida, que existem nuns e não aparecem
em outros; os instintos precoces, bons ou maus, não obstante a natureza do meio
onde nasceram.
As reencarnações representam para as
criaturas imperfeitas valiosas oportunidades de resgate e de progresso
espiritual.
Só a pluralidade das existências pode
explicar a diversidade dos caracteres, a variedade das aptidões, a desproporção
das qualidades morais, enfim, todas as desigualdades que ferem a nossa vista.
Fora dessa lei, indagar-se-ia inutilmente
porque certos homens possuem talento, sentimentos nobres, aspirações elevadas,
enquanto muitos outros só tiveram em partilha tolices, paixões e instintos grosseiros.
A influência dos meios, a hereditariedade,
as diferenças de educação não bastam para explicar essas anomalias. Vemos os
membros de uma mesma família, semelhantes pela carne e pelo sangue, educados
nos mesmos princípios, diferençarem-se em bastantes pontos; personagens
célebres têm descendido de pais obscuros e destituídos de valor moral.
Para uns a fortuna, a felicidade constante
e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a
beleza; para aqueles a fraqueza, a doença, a fealdade? Por que a inteligência
aqui e a imbecilidade acolá? Por que há raças tão diversas? Umas inferiores a
tal ponto que parecem confirmar com a animalidade e outras favorecidas com
todos os dons que lhes asseguram a supremacia? E as enfermidades inatas, a
cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que enchem os
hospitais, os albergues noturnos? A hereditariedade não explica tudo e muitas
aflições não podem ser consideradas como resultados de descuidos, excessos e
invigilância.
Por que também as crianças mortas antes de
nascer e as que são condenadas a sofrer desde o berço? Certas existências
acabem em poucos anos, em poucos dias, outras duram quase um século.
Os que defendem a unicidade das existências
afirmam que isto se deve ao acaso ou constitui-se um mistério divino.
Mas quando passamos a admitir a idéia de
que já vivemos muitas vezes e voltaremos a viver outras tantas, tudo se
esclarece, tudo se torna compreensível e Deus, Justo, Bom e Caridoso cresce
diante do homem.
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos -
Allan Kardec
2) O Evangelho Segundo o
Espiritismo - Allan Kardec
3) O Problema do Ser, do
Destino e da Dor - Leon Denis
4) A Reencarnação e Suas
Provas - Carlos Imbassay
5) Reencarnação - Gabriel
Dellane
6) Depois da Morte - Leon
Denis
7) A Memória e o Tempo -
Hermínio Miranda
Apostila Original: Instituto
de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG