27.2.17

Perdido na Multidão

Mãos vazias!
Triste é ver um homem sair para trabalhar e não encontrar nada para fazer. Meu Deus, quanta tristeza ver um pai de família, honesto e trabalhador, indo de lá pra cá e não encontrar nada para fazer. É uma tristeza só. As estatísticas oficiais já dizem que são mais de 12 milhões de brasileiros sem ter o que fazer. É triste ver um homem desolado. Já imaginou o que representa para um homem desse voltar para casa e ter que olhar nos olhos da mulher e não poder fazer nada para reverter aquela situação?
Meu Deus, eu sei que é um problema crônico que vivemos hoje no nosso País, o querido Brasil, mas vamos torcer que esta pecha de crise vá logo embora e os empregos voltem correndo, meu Pai.
Os olhos de um pai de família sem dinheiro para o sustento dos seus são olhos de morto-vivo. Olhar desolado como a perguntar: Por quê? Por quê? Um homem de bem não pensa jamais em furtar algo alheio, mas pensa chegar em casa e ver um filho pequeno com fome. Somente o Pai para dar coragem e paciência.
Este mundo não pode ficar assim. Este retrato miserável não se vê apenas no nosso País. O mundo necessita urgentemente encontrar o seu eixo. Pior do que está não pode ficar. É muita gente com fome no mundo enquanto poucos são os donos da riqueza global.
Recentemente as estatísticas oficiais davam conta que uma dúzia de homens ricos detinha a metade da riqueza do planeta. Como é que pode, minha gente? Não falo por eles, que certamente trabalham muito para chegar a este ponto, falo de um sistema falido, caduco, que exclui a maioria em benefício de uma minoria.
O mundo é dos pobres. Há mais pobres que ricos no mundo. E quando penso, Pai, que mandaste Jesus, o teu filho querido, para pregar justiça entre os homens. Justiça quer dizer a repartição certa de todas as coisas. Quem trabalha mais tem direito de ter mais, é verdade, mas quem trabalha menos ou não teve como trabalhar, não pode morrer a míngua. Isso não!
Um País mais justo é aquele que arranja emprego para sua gente. Digo isto porque o trabalhador de verdade não gosta de receber as migalhas do governo. Um trabalhador de verdade gosta é de ganhar seu dinheiro com o suor do seu rosto, gosta de favor não.
É isso aí, minha gente, enquanto houver pobreza e fome neste mundo é porque a proposta de Jesus ainda não foi implantada, o que quer dizer que não faltará o que fazer.
Enquanto isto não ocorre, o meu povo sofrido, mas não menos alegre, aproveita os dias dedicados a “Momo” para dançar e cantar, botar a tristeza para fora. Aqui em Pernambuco tem o nosso bom frevo e o maracatu. Tem folia para não acabar mais.
Que bom se meu povo pudesse cantar de alegria todo dia e não apenas uma vez por ano perdido na multidão.
Paz,

Helder Camara – Blog Novas Utopias

Nenhum comentário:

Postar um comentário