I. A FAMÍLIA ESPIRITUAL
Encarnados ou não, todos somos espíritos
criados por Deus e, portanto, irmãos. A humanidade inteira é, assim, uma só
família.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou
famílias, quando se entrelaçam pela afeição, simpatia e semelhança das
inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses espíritos se buscam uns
aos outros.
A encarnação apenas momentaneamente e
parcialmente os separa, porquanto, se uns encarnam e outros não, nem por isso
deixam de estarem unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam
pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que
os retardatários progridam. E, ao regressarem à erraticidade, novamente se
reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes até, uns seguem os
outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo
círculo de conhecimento e de amizades, a fim de trabalharem juntos pelo seu
mútuo adiantamento.
Como vemos, a verdadeira família é a
espiritual, em que os espíritos estão unidos pela afinidade, antes, durante e
depois das encarnações.
A uma família espiritual é que Jesus se
referia, quando afirmou: "... qualquer que fizer a vontade de meu Pai que
está nos céus, esse é meu irmão, e irmã e mãe". (Mc. 3:31/35.)
Se queremos pertencer à família espiritual
de Jesus, procuremos obedecer às lei divinas, como Jesus faz.
II. A FAMÍLIA CORPORAL
Reencarnando na Terra, formamos uma família
corporal (consangüínea e de parentesco). Nela poderemos ter alguns elementos
que também sejam de nossa família espiritual. Outra parte de nosso grupo
espiritual, porém, continua habitando no mundo invisível, no Além.
- Com a reencarnação, a parentela aumentará
indefinidamente?
É o que receiam alguns. Mas não é pelo fato
de ter tido 10 encarnações, por exemplo, que alguém encontrará no mundo
espiritual 10 pais. 10 mães. 10 cônjuges e um número proporcional de filhos e
novos parentes. Encontrará, apenas, aqueles com que estiver relacionado pela
afinidade e pela afeição, ou pela responsabilidade.
- A
reencarnação destrói os laços de família?
Assim julgam outros, porque de fato, a
idéia de pessoas unidas apenas entre si e unicamente por serem todas do mesmo
sangue perde sua importância ante a lei da reencarnação. Mas não vemos que
laços de sangue e parentesco terreno muitas vezes se extinguem com o tempo ou
se dissolvem moralmente já nesta vida? Aos laços, porém, que unem a verdadeira
família espiritual a reencarnação não destrói mas fortalece e aperta cada vez
mais.
A unicidade da existência, sim, é que
romperia qualquer laço familiar porque, nesse caso, os familiares não estariam
ligados antes do nascimento e poderiam não estar ligados depois, pela diferença
da posição espiritual que viessem a ocupar e que seria para sempre, como pensam
os que acreditam em céu e inferno.
III. A FAMÍLIA QUE TEMOS
Uma "família espiritual",
significando um grupo com o qual a pessoa se sinta inteiramente bem e no qual
nunca tenha problemas, é coisa que ainda estamos construindo e que a maioria de
nós não possui, nem aqui, nem no Além. A família que temos é tal como a fizemos
até agora ou tal como dela precisamos para nossa evolução. Nela há um variado
tipo de pessoas (afins ou não conosco) e foi formada em função de nossas
expiações, de nossa necessidade de aprendizado ou, ainda, de nosso desejo de
realizarmos boas obras.
Nossos familiares são pessoas:
- com as quais combinamos bem;
- bem diferentes de nós (testam nossas
virtudes ou nos ensinam aspectos diferentes da vida);
- às quais estamos ligados de vidas
anteriores, porque devemos algo a elas
ou elas a nós;
- precisam de nós (a quem podemos ajudar
com nosso amor e entendimento).
Motivo da ligação conosco:
- afinidade;
- provas e aprendizado;
- reajuste e reconciliação;
- oportunidade de servir.
IV. COMO AGIR EM FAMÍLIA?
"Ninguém possui sem razão esse ou
aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.
Nos elos da consangüinidade, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos
associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas
benditas da reencarnação". (Emmanuel, em "Leis de Amor",
psicografia de Francisco C. Xavier.)
Na família, pois, além das funções terrenas
(que o conhecimento humano já identificou e valoriza), o espírita vê muito
mais:
- uma ligação maior que a simples
necessidade ou dependência materiais;
- uma finalidade transcendente e não
somente o objetivo de uma existência.
Para essa realização espiritual "em
família":
"Devemos revestir-nos de paciência,
amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender a
vencer, na luta doméstica.
"No mundo, o lar é a primeira escola
de reabilitação e do reajuste". (Emmanuel, idem.)
"Teu lar é um ponto bendito do
Universo em que te é possível exercer todas as formas de abnegação a benefício
dos outros e de ti mesmo, perante Deus. Pensa nisso e o amor te
iluminará". (Emmanuel, "Tarefas de Amor", do livro "No
Portal da Luz".)
"Mas se alguém não tem cuidado dos
seus e, principalmente, dos de sua família, negou a fé." (Paulo - 1
Timóteo, 5:8.)
V. OS POVOS SÃO FAMÍLIAS MAIORES
Um povo é uma grande família, em que se
reúnem espíritos simpáticos. A tendência a se unirem é a origem da semelhança
que determina o caráter distintivo de cada povo. Acrescentemos aqui que os
costumes, a educação, acentuam e constroem essa semelhança.
Espíritos bons e humanos procurarão um povo
duro e grosseiro? Não. Os espíritos simpatizam com as coletividades, como
simpatizam com os indivíduos; procuram o seu meio. A não ser quando vêm em
missão especial.
Mantenhamos fraternidade para com todos os
povos e nações mas procuremos fazer do Brasil um povo ordeiro, trabalhador e cristão,
para merecermos a simpatia e proteção dos Bons Espíritos para nossa pátria.
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Livro: "Iniciação ao
Espiritismo"
Autor: Therezinha Oliveira
Livros Consultados:
De Allan Kardec:
- "O Evangelho Segundo o
Espiritismo", cap. IV itens 18 a 23, e cap. XIV,
item 8;
- "O Livro dos
Espíritos", 2ª parte, cap. IV
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